Qual a concepção de habermas sobre a ideologia?
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Habermas em sua obra Teoria Crítica: "a pessoa deve ficar consciente de como um ideologia reflete ou distorce a realidade e quais fatores influenciam a falsa consciência que representa os poderes da dominação"
Assim, a perspectiva ou consciência transformada de Habermas é colocada na maneira pela qual fatores sexuais, raciais, religiosos, educacionais, profissionais, políticos, econômicos, tecnológicos e ideológicos criam ou contribuem para nossa dependência.
Habermas destaca três momentos para a concepção da ideologia:
a) a ideologia "em si", como um conjunto de ideias destinado a nos “convencer de sua veracidade, mas na verdade servindo a algum inconfesso interesse particular de poder" e aqui fazer a crítica implica em “discernir a tendenciosidade não reconhecida do texto oficial, através de suas rupturas, lacunas e lapsos”.
Então, a ideologia é uma comunicação sistematicamente distorcida: um texto em que, sob a influência de interesses sociais inconfessos, apresenta uma lacuna que separa seu sentido público ‘oficial’ e sua verdadeira intenção, ou seja, em que lidamos com uma tensão não refletida entre o conteúdo enunciado explicitamente no texto e seus pressupostos pragmáticos.
b) a existência material da ideologia em práticas e instituições.
c) a auto dispersão da noção de ideologia: aqui a ideologia deixa de ser entendida como “um mecanismo homogêneo que garante a reprodução social" e se transforma numa "família" de processos vagamente interligados e heterogêneos, cujo alcance é estritamente localizado.
A expansão dos novos meios de comunicação de massa permitem, ao menos em princípio, que a ideologia penetre efetivamente em todos os poros do corpo social, o peso da ideologia como tal diminui: "os indivíduos não agem da forma como agem em função, primordialmente, de suas crenças ou convicções ideológicas, ou seja, a reprodução do sistema, em sua maior parte, contorna a ideologia e confia na coerção, nas normas legais e do Estado".
Assim, a ideologia não é mais uma doutrina sobre a natureza do homem e do universo, nem a existência material nas instituições, mas a “rede elusiva de pressupostos e atitudes implícitos, quase econômicos, que formam um momento irredutível de práticas “não ideológicas”: econômicas, legais, políticas, sexuais etc."
É a noção de ideologia como quase sinônimo de realidade, porém devemos, ainda assim, sustentar a tensão que mantém vivia a crítica da ideologia, uma discussão de suma importância para a teoria da comunicação.
Bons estudos!