Filosofia, perguntado por dneymattospaafem, 9 meses atrás

Qual a categoria central do método dialético crítico?

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Respondido por Jochem2603
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Resposta:

método dialético de Marx é em parte decorrente de sua crítica da Economia Política Clássica. Ele distingue claramente dois métodos ou dois momentos no processo do conhecimento: o primeiro, que parte do todo concreto e chega ao conhecimento abstrato de suas partes; e o segundo, que parte das abstrações feitas pelo pensamento, e retorna ao todo concreto, agora reconstruído pelo pensamento. Como vemos, o pensamento é o sujeito ativo do conhecimento nos dois momentos do processo: primeiro na abstração ou separação mental das partes do objeto da experiência sensível e, depois, na reconstrução do todo, a partir de relações lógicas descobertas através da análise.

O primeiro método foi o caminho trilhado pelos economistas clássicos, e de forma mais radical pelos economistas marginalistas e neoclássicos, que fica­ram apenas no conhecimento abstrato da realidade. Para Marx, no primeiro momento, “a representação plena volatiliza-se em determinações abstratas; no segundo, as determinações abstratas conduzem à reprodução do concreto por meio do pensamento” (Marx 1978:116). O segundo momento, o caminho de volta, que vai do abstrato à reconstrução do todo, é o que Marx chama de “método cientificamente exato”.

O método dialético de Marx se expressa através das atividades de abstrair as partes, e de reconstruir o todo concreto, as quais constituem um único proces­so teórico do conhecimento: ir do concreto real ao abstrato e deste, ao concreto concebido pelo pensamento, constitui-se num único processo, cujos momentos se implicam mutuamente; cada um dos quais se realiza através do outro. O momento da abstração aparece como momento que se apaga e se realiza no momento seguinte: o momento dominante que consiste na reconstrução do todo concreto. Por isso, ir do abstrato ao concreto, como diz Marx, sem ir, ao mesmo tempo, do concreto ao abstrato, fazendo a crítica das abstrações, levaria a um conjunto vazio de abstrações. Por outro lado, ir do concreto ao abstrato, ao azar, sem hipótese, também não leva a uma teoria, mas apenas a um conjunto de abstrações desordenadas. Por esse motivo, as abstrações devem ser feitas a partir de um princípio unificador, uma pressuposição da existência e uma determinada concepção do todo. Cada passo da análise e da abstração deve ter em conta, desde o começo, esse todo, que ultrapassa a intuição e a representação. Análise (abstração) e síntese (concreção) formam um único método do conhecimento.

Para Marx, o método do conhecimento não é independente da definição do objeto que se propõe investigar. Ele parte da suposição de que a economia capitalista não é um aglomerado nem uma soma de partes isoladas, mas forma uma totalidade contraditória e dialética. Descobrir as determinações recíprocas entre essa totalidade e suas partes, constitui a essência do método dialético do conhecimento elaborado por Marx. O ponto de partida de toda investigação é a realidade concreta, empírica, sensorial, histórica, a partir da qual, fazemos experiências, coletamos as informações básicas, fazemos as primeiras induções, analisamos criticamente os dados, selecionamos e abs­traímos o que julgamos mais importante, fazemos as perguntas e formulamos as primeiras hipóteses e conjeturas de explicação teórica.

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