qual a atitude da assembleia Nacional com relação a igreja católica?
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Resposta:
Constituição Civil do Clero
A Constituição Civil do Clero foi a tentativa de criar uma instituição religiosa fiel à Revolução, reformando profundamente a Igreja Católica francesa. A Carta Magna foi base para a integração da Igreja no novo sistema político introduzido pela Revolução de 1789. O conjunto de decretos era composto por quatro partes dedicadas aos cargos eclesiásticos, ao pagamento dos religiosos e a outras questões práticas. As circunscrições das dioceses foram adaptadas às novas unidades estatais dos Departamentos, cada um destes correspondendo a um bispado.
Explicação:
No dia 26 de dezembro de 1790, o Rei Luis XVI aprovou a lei que transformou clérigos em funcionários públicos. Bispos e padres passaram a ser eleitos pelo povo e pagos pelo Estado. As eleições episcopais transcorriam no nível dos Departamentos, as dos padres, em nível comunal. Os capítulos eclesiásticos foram abolidos e substituídos pelos chamados conselhos episcopais. As ordens de Roma passavam pelo controle dos revolucionários, o que fez com que os laços entre a sede da Igreja Católica e França se enfraquecessem.
A Constituição causou uma fratura duradoura na França, ao aprofundar o efeito da Lei sobre a Abolição das Ordens Monásticas, de 13 de fevereiro do mesmo ano. Essa suprimira 100 mil membros do clero não ligados a uma paróquia, ou seja, os quase três quintos da classe considerados, na época, "não úteis". Os critérios de utilidade eram os sacramentos e o zelo das almas, assim como serviços à educação e às obras de caridade.
A França que, em 1789 tinha 124 bispos e 24 arcebispos, passaria a ter apenas 83 dioceses e 10 sedes metropolitanas. Os prelados restantes seriam simplesmente destituídos, e suas dioceses seriam suprimidas. Haveria, ainda, um único Pároco nas cidades com menos de 10 mil habitantes, e as paróquias rurais com menos de ¾ de légua de extensão em qualquer direção, seriam suspensas.
Desde 22 de maio de 1790 a Assembleia Constituinte debatia sobre os clérigos seculares. Em 12 de julho, a Constituição Civil do Clero foi aprovada e promulgada em 24 de agosto. O decreto de aplicação passou em novembro, e, em 26 de dezembro o Rei Luís XVI o assinou contra sua vontade. Em 4 de janeiro de 1791, os deputados do clero reunidos na Assembleia juraram a Constituição Civil; alguns deles, também contra a vontade própria; 80 bispos negaram o juramento. No mesmo ano, o Papa Pio VI declarou-se contra a Constituição Civil, considerando certos pontos do documento heréticos, sacrílegos e cismáticos. A esta altura, não mais de 55% dos padres das paróquias rurais e entre 25% e 48% das urbanas haviam prestado juramento.
A religião tinha um grande papel como promotora da ordem moral e social, mas tal não foi reconhecida pelos revolucionários, inspirados, afinal, no Iluminismo. O projeto anti-eclesiástico ganhou forma ao longo da Revolução, conforme apareciam dificuldades financeiras e de implementação do novo modelo político, quando a Igreja se apresentou como um obstáculo à autonomia do Estado francês e uma fonte de patrimônios. A supressão do dízimo ao clero e o confisco dos seus bens eram medidas do Estado revolucionário para saldar contas e compensar os heróis da Revolução.
A Constituição Civil do Clero completou a transformação da Igreja na França numa Igreja nacional, afrouxando os laços com o papa. Criava-se então, uma grande divisão entre os clérigos fiéis a Roma e os "constitucionais"; uma dicotomia com profundos reflexos sobre a população. A maior parte dos clérigos refratários tomou o partido dos contrarrevolucionários, despertando o ódio dos patriotas. Além disso, numerosos católicos que haviam apoiado o Terceiro Estado associaram-se à oposição.