Quais tarefas a ética pode assumir para combater o "senso comum racista" ?
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Resposta:
A discriminação leva as pessoas a cometerem crimes além do próprio crime que a discriminação já é. Por isso temos casos como o assassinato de um ex-presidiário que até já havia cumprido pena por roubo e formação de quadrilha. Ele foi executado por dois agentes da lei e só foram descobertos por causa da denúncia de uma mulher corajosa que testemunhou a execução e ousou denunciar os policiais. YouTube
Mas nem sempre a discriminação e o preconceito são visíveis assim, pois eles estão ocultos dentro da prática do senso comum.
Com a desculpa de agir de forma a se adequar ao senso comum ou movido por esta inclinação típica (que até parece ser uma regra popular, mas não é para a segurança), o preconceito se manifesta entre as fileiras policiais, revivendo ideias retrógradas, fomentando julgamento subjetivos, sutis sugestões e tendências de pensamento que levam os agentes da lei e membros da sociedade ao erro, e mais ainda, que levam os gestores a enveredar por um caminho de equivocada percepção da realidade.
É por isso que o termo “senso comum” não deve ser aplicado à segurança pública, pois ele vem sendo uma das desculpas mais utilizadas por algumas pessoas para disfarçar esse câncer arraigado em nossa sociedade que é o preconceito. De fato, o senso comum como norteador de ações e políticas de segurança pública deve ser combatido como se deve combater o próprio crime.
Segurança é coisa séria e não deve ser tratada como assunto eventual. O alicerce das ações policiais ostensivas e investigativas de sucesso não é o empirismo, a coisa praticada por costume, o senso comum, e sim o conhecimento científico. Ao receber esse tratamento simplista, a segurança pública deixa de ter importantes investimentos na pesquisa sobre combate à criminalidade, determinação de manchas criminais, renovação do quadro de agentes, aquisição de equipamentos e atualizações de treinamentos, sem mencionar outros.