Quais os músculos fazem a força para a inspiração, e em que proporção cada um trabalha em relação ao total de força usada
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Resposta:
A população idosa no Brasil vem crescendo de forma acelerada, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se que, em 2025, essa população atingirá 32 milhões (1), colocando o país no sexto lugar no mundo em número de idosos, gerando mudanças estruturais mais rápidas e profundas, como ocorrido em países desenvolvidos (2). Em virtude da grande responsabilidade dos familiares em seus afazeres, há aumento na procura de cuidados prolongados em instituições (3-4).
O envelhecimento é um processo fisiológico que traz consigo várias alterações nos sistemas corporais, dentre eles o sistema respiratório (5). Com o envelhecimento, ocorre diminuição da mobilidade torácica, pois a amplitude de movimento das articulações costovertebrais está diminuída, o disco intervertebral torna-se plano e com menor mobilidade - o resultado é um tórax rígido (5-4).
Um estudo publicado em 2003 mostra que as doenças do aparelho respiratório aumentam a partir dos 60 anos e que a proporção por mortes e hospitalização por doenças respiratórias é significativa em relação às demais causas, sendo que a cada década o índice aumenta (6).
Segundo Barreto (7), três fenômenos estão associados ao envelhecimento do sistema respiratório: a redução da retração elástica do pulmão, a redução da complacência torácica e a redução da força dos músculos respiratórios; sempre progressiva e significativa a cada década (8, 9). A diminuição da força da musculatura respiratória leva à diminuição da taxa de pico de fluxo expiratório e, consequentemente, nas trocas gasosas (5).
Pesquisa qualitativa, publicada em 2005, destaca que idosos institucionalizados apresentam efeitos acentuados ao processo de envelhecimento, propiciando maior risco de complicações da saúde em geral (10), e que esses efeitos estão relacionados na perda do controle de suas próprias vidas, pois a partir daí eles são tutelados pela instituição, impondo limitação à autonomia (11). Esta, segundo Pereira e Abreu (12), é a capacidade de o indivíduo realizar suas atividades independentemente, continuando suas relações e atividades sociais. E, em virtude da limitação da autonomia (13, 14), idosos institucionalizados apresentam declínio da força da musculatura respiratória (15), causando prejuízo na realização das atividades funcionais (16).
Uma maneira de trabalhar a força dos músculos respiratórios é por meio do incremento do volume pulmonar (17), que pode ocorrer por meio do uso de espirômetros de incentivo e técnicas manuais expansivas. Espirômetros de incentivo a fluxo (EI) são instrumentos que promovem o feedback visual, encorajando o paciente a realizar inspirações máximas e sustentadas. Dentre as suas vantagens, está o baixo custo (18). Os esforços inspiratórios são quantificados a partir do fluxo atingido pela elevação de suas esferas (19). Inspirações máximas e sustentadas levam ao aumento da pressão transpulmonar e, associadas à pausa inspiratória, promovem insuflação pulmonar (20). Ao aplicarmos técnicas manuais de expansão pulmonar, também ocorre o aumento da pressão transpulmonar (21); e, para que isso ocorra, inicialmente se dá a contração do músculo diafragma (22).
Buchmam (23), através dos seus resultados, observou que idosos com diminuição de mobilidade tinham maior declínio da força da musculatura respiratória. Por isso, sugere um treinamento específico dessa musculatura. No mesmo ano, em outro estudo, acrescenta que, por essa musculatura ser a responsável pela função pulmonar, um tratamento concentrado nessa musculatura será sempre bem-vindo para a população idosa (24). Existem poucas pesquisas publicadas com a utilização de técnica de compressão/descompressão e exercícios diafragmáticos, porém o que se sabe é que, quando aplicadas ao paciente, clinicamente são obtidos resultados positivos.
Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi da avaliar a PImáx, PEmáx e pico de fluxo expiratório de idosos institucionalizados antes e após a aplicação de técnicas manuais expansivas e incentivador respiratório orientado a fluxo (Respiron®) e comparar os resultados obtidos.