Quais foram os motivos da reforma protestante e da contrarreforma
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a reforma protestante, iniciada por Martinho Lutero, serviu como protesto pelas ações da Igreja Católica e a contra reforma foi uma reforma interna na Igreja Católica para atrair novos católicos que haviam se afastado da igreja devido a reforma protestante
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O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxos e bens materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos integrantes do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente no que se diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais deixavam os cristãos católicos insatisfeitos.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, ficou cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da Basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois esse interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista começou a ler mais e formar opiniões cada vez mais críticas. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo, baseando-se na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Ele afixou, na porta da Igreja de Wittenberg, as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenavam a venda de indulgências e propunham a fundação do luteranismo (religião luterana). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à imagens, muito praticado pelos católico, e revogou o celibato.
Martinho Lutero foi solicitado para desmentir suas teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não só defendeu suas teses, como mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica.
A Reforma Calvinista
João Calvino: reforma na França
Na Suíça, o teólogo cristão francês João Calvino começou a Reforma Luterana na década de 1530. De acordo com Calvino, a salvação era explicada através da Doutrina da Predestinação (salvos e condenados já estão escolhidos por Deus).
O trabalho justo e honesto é valorizado, sendo que o sucesso pessoal e profissional, advindos desse trabalho, é um dos indícios, de acordo com os calvinistas, de que a pessoa está predestinada à salvação. Essa crença calvinista atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nessa nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade.
A Reforma Anglicana: o rei inglês contra o papa católico
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após esse se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
A Contrarreforma Católica: principais medidas e objetivos
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido:
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício;
- Inquisição: punir e condenar os acusados de heresias;
- Criação do Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de ideias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância religiosa
Em muitos países europeus, as minorias religiosas foram perseguidas e diversas guerras ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em conflito por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas (huguenotes) na chamada Noite de São Bartolomeu, ocorrida em 23 de agosto de 1572.