Quais foram as mudanças no Brasil com o periodo joanino?
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Resposta:
Em janeiro de 1808 e com o apoio da Inglaterra, a família real portuguesa chegou ao Brasil. Cerca de 15 mil pessoas vieram com eles, o que totalizou cerca de 2% da população portuguesa da época. Eles se instalaram na capital do Rio de Janeiro e permaneceram durante 12 anos ali.
Ameaçados pela invasão do francês Napoleão Bonaparte, a família Real deixou Portugal para garantir que o país continuasse independente.
Isso porque Napoleão decretou o Bloqueio Continental em 1806, determinando o fechamento dos portos aos navios ingleses.
Portugal, que apoiava a Inglaterra e tinha grande relação comercial com esse país, não se submeteu ao bloqueio. Isso levou a invasão de Napoleão às terras lusitanas.
Sendo assim, em outubro de 1807, D. João e o rei da Inglaterra Jorge III, assinaram um decreto que transferia a sede monárquica de Portugal para o Brasil.
Além disso, Portugal se comprometia a assinar um tratado de comércio com a Inglaterra, quando chegasse ao Brasil.
Foi dessa maneira que em 1808 o Pacto Colonial, um acordo comercial entre a colônia e a metrópole, chega ao fim. Nesse ano, Dom João instituiu a “Carta Régia”, a qual permitia a abertura dos portos a outras nações amigas, inclusive a Inglaterra.
Diante disso, a economia do país alavancou, no entanto, impediu o desenvolvimento das manufaturas no Brasil. Isso porque grande parte dos produtos eram importados da Inglaterra.
Os produtos ingleses tinham uma menor taxa alfandegária em relação aos outros países. Eles pagavam 15%, enquanto as outras nações cerca de 24%.
Além da economia, o país, e sobretudo a capital, que até então era o Rio de Janeiro, sofreram diversas mudanças.
Muitas obras de caráter público foram erigidas nesse período, por exemplo, a casa da moeda, o banco do Brasil, o jardim botânico, dentre outras.
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Resposta:
Assim que chegou ao Brasil, D. João VI tomou a primeira medida de relevância: a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Isso aconteceu no dia 28 de janeiro de 1808 e iniciou todas as mudanças que estavam por vir. A abertura dos portos brasileiros às nações amigas significava, na prática, que a única nação a beneficiar-se disso seria a Inglaterra, dona de um gigantesco comércio marítimo.
Essa medida significou o fim do monopólio comercial exercido por Portugal sobre as atividades econômicas do Brasil e permitia aos comerciantes e grandes proprietários brasileiros negociar diretamente com seus compradores estrangeiros. Para Portugal, essa medida era resultado de uma necessidade óbvia, uma vez que, com a ocupação francesa, seria impossível comercializar com os portos portugueses.
Outras decisões importantes tomadas por D. João VI foram a permissão para instalar manufaturas no Brasil e a criação de incentivos para que essas manufaturas surgissem. Apesar dessa medida ser extremamente importante, as mercadorias manufaturadas produzidas no Brasil sofriam com a concorrência das mercadorias inglesas, que possuíam mais qualidade e um preço atrativo (Portugal taxou as mercadorias inglesas em apenas 15% de imposto alfandegário).
Por ordem de D. João VI, foram desenvolvidas faculdades de medicina em Salvador e no Rio de Janeiro. Além disso, construíram-se museus, teatros e bibliotecas, e foi permitida a instalação de uma tipografia na cidade do Rio de Janeiro. Tudo isso contribuiu para o crescimento do intelectualismo no Brasil e possibilitou a circulação de ideias, sobretudo na capital.
Esse crescimento do intelectualismo no Brasil acabou incentivando a vinda de intelectuais e artistas estrangeiros notáveis daquele período, como a viagem do botânico e naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire e a Missão Artística Francesa, que trouxe importantes artistas franceses, com destaque para Debret e suas pinturas sobre o Rio de Janeiro.
No entanto, a medida mais importante tomada por D. João ocorreu em 1815, quando o Brasil foi elevado à condição de Reino e, assim, surgiu o Reino de Portugal, Brasil e Algarves. Isso aconteceu porque as nações integrantes do Congresso de Viena consideravam inaceitável que um rei europeu estivesse em uma colônia e não em seu reino de fato. Como resposta, D. João VI tomou essa medida e transformou o Brasil em parte integrante do reino português.
Além de permitirem o desenvolvimento econômico e intelectual do Rio de Janeiro, todas essas mudanças resultaram no aumento populacional da cidade do Rio de Janeiro, que passou de 50 mil habitantes, em 1808, para 100 mil habitantes em 1822.
Como foi a política externa de D. João durante o Período Joanino?
Enquanto esteve presente no Brasil, D. João VI envolveu-se diretamente em questões territoriais com nações vizinhas e territórios vizinhos dominados por nações estrangeiras. Primeiramente, houve a invasão da Guiana Francesa, realizada em 1809. D. João VI ordenou essa ocupação, junto com tropas inglesas, como represália à ocupação de Portugal pelos franceses. A presença lusitana na Guiana Francesa estendeu-se até 1817, quando essa região foi devolvida para a França após a derrota de Napoleão.
Outra questão muito importante, e que gerou impactos no Brasil após a independência, foi o conflito pela Cisplatina. Por ordem de D. João VI, a Banda Oriental do Rio da Prata (atual Uruguai) foi invadida e anexada ao território brasileiro em 1811. Pouco tempo depois, em 1816, foram travadas guerras contra José Artigas, que lutava pela independência do Uruguai.
Como foi o retorno de D. João VI para Portugal?
O retorno da Corte portuguesa a Portugal decorreu das pressões que D. João VI passou a sofrer da burguesia portuguesa a partir de 1820. Nesse momento, era iniciada a Revolução Liberal do Porto, na qual a burguesia formou as cortes portuguesas (espécie de assembleia) e passou a exigir mudanças em Portugal de acordo com os princípios liberais e ilustrados em voga.
Os liberais portugueses queriam que algumas mudanças fossem implantadas com a finalidade de recuperar a economia portuguesa. As principais exigências das cortes portuguesas eram o rebaixamento do Brasil novamente à condição de colônia e o retorno imediato de D. João VI para Portugal. Essas pressões exercidas pelas cortes portuguesas forçaram o rei a retornar por causa do temor de perder o trono português.
D. João VI retornou para Portugal com aproximadamente quatro mil pessoas em 1821, no entanto, deixou seu filho D. Pedro, futuro D. Pedro I, como regente do Brasil. As tensões provocadas pelas cortes portuguesas com o Brasil e D. Pedro criaram a ruptura que deu início ao processo de independência do Brasil.