quais era os cultivos que era aternado
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Resposta:
No fim da era glaciar, por volta de 10 mil a. C., o mundo sofre uma série de mudanças dramáticas que tiveram efeitos nas comunidades humanas. As temperaturas subiram, e os lençóis de gelo que cobriam quase um quarto da superfície terrestre derreteram, permitindo às plantas e animais expandirem-se para latitudes que durante milhares de anos haviam sido muito frias para poderem suportar. Ao mesmo tempo, os desertos, que tinham ocupado cerca de metade da superfície terrestre entre os trópicos, recuaram como consequência do degelo, dando origem às chuvas.
As comunidades humanas adaptaram-se a estas novas circunstâncias sob várias formas. Em muitas regiões, as temperaturas temperadas fizeram com que os recursos se tornassem mais abundantes e variados, e os grupos de caçadores-recoletores, por exemplo, são evidentes devido aos grandes amontoados de restos de moluscos nas zonas costeiras (concheiros).
Muitas destas alterações tiveram uma importância considerável, mas foi o desenvolvimento da agricultura que teve impacto mais dramático na sociedade humana. Em algumas áreas restritas do Velho Mundo - Crescente Fértil do Próximo Oriente, as colinas do Paquistão, as planícies da China e o delta de Iangtsé - as comunidades caçadoras-recoletoras experimentaram plantas locais disponíveis e animais de tal forma que levou à sua domesticação. A agricultura, um modo de vida, oferecia importantes vantagens, nomeadamente a possibilidade de alimentar uma maior população do que antes com a caça e a recoleção isoladamente.
A agricultura estendeu-se rapidamente às áreas vizinhas, por vezes devido ao processo de imigração e fixação, outras vezes pela virtude da imitação, e na sua expansão alguns elementos tornaram-se característicos das comunidades agrícolas na maior parte do mundo: cerâmica, para cozinhar ou armazenamento; os povoados, que só foram possíveis graças aos cruzamentos de plantas e animais; e os objetos de troca, tais como a obsidiana ou pedras semipreciosas. A agricultura não foi, no entanto, adotada por todas as comunidades caçadoras-recoletoras ao mesmo tempo.
Em algumas regiões, tais como o Japão, Noroeste da Europa e África subsariana, as fontes de alimentos selvagens eram suficientemente abundantes para suportar populações relativamente grandes, sem recorrer à agricultura, e os povoados e a cerâmica tornaram-se comuns nestas comunidades antes da adoção de plantas e animais domesticados. Mas dado que o número de povoações começaram a aumentar nestas regiões, a agricultura começou a ser praticada, ficando a caça e a recoleção circunscritas àquelas regiões onde não se podia exercer a agricultura, nomeadamente nos desertos da Austrália e do Kalahari e nas planícies árticas.
A agricultura no Próximo Oriente teve os seus inícios no Crescente Fértil. O estado inicial do seu desenvolvimento, a intensa recoleção de cereais selvagens, é conhecido na Palestina, onde pequenas aldeias de casas circulares, em áreas agrícolas, datando do século 10 mil a. C., têm sido sistematicamente encontradas pelos arqueólogos. Estas comunidades, ditas "Natufienses", caçavam, apascentavam cabras e gazelas e colhiam trigo selvagem. Eram utilizadas mós para moer os cereais e obter farinha.
A recoleção intensiva de cereais selvagens foi seguida pela sementeira de cereais fora dos limites do habitat natural, uma prática que foi primeiramente detetada na Síria, por volta de 9000 a. C. O trigo "espelta", uma espécie de trigo selvagem que crescia desde os vales das montanhas Taurus e Zagros até ao Afeganistão e à Mesopotâmia, foi encontrado em Mureybat e Tell Abu Hureira, nas margens do rio Eufrates, o que significa que os habitantes locais devem ter cultivado a planta intencionalmente. Os primeiros tipos de cereais completamente domesticados, com grãos maiores, são os de Jericó no Vale do Jordão, datando aproximadamente de 8000 a. C.