Quais contribuciones que OS imigrantes Paraguaios trouxeram para nosso município
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A influência cultural paraguaia tornou-se a mais marcante no cotidiano do campo-grandense, com as rodas de tereré (erva-mate com água fria), a polca paraguaia, a guarânia, o chamamé e a festa de Nossa Senhora de Caacupê, com missas, terços, comida e danças
Resposta:
A influência cultural paraguaia tornou-se a mais marcante no cotidiano do campo-grandense, com as rodas de tereré (erva-mate com água fria), a polca paraguaia, a guarânia, o chamamé e a festa de Nossa Senhora de Caacupê, com missas, terços, comida e danças.
Explicação:
Segundo estado mais novo do Brasil, o Mato Grosso do Sul tem uma identidade multicultural construída pela miscigenação e migração. Um dos traços mais marcantes é a relação próxima com o Paraguai. O contato é tão intenso que ícones do país vizinho se transformaram também em símbolos sul-mato-grossenses.
Uma roda de tereré, iguarias como chipa e sopa paraguaia e os gêneros musicais polca, guarânia e chamamé estão presentes em todos os cantos de Mato Grosso do Sul. “A relação é muito estreita. Desde o começo da nossa história, dos jesuítas. É uma relação anterior à Guerra do Paraguai. Temos uma identidade em comum. Erva mate, música, costumes. Os paraguaios contribuíram bastante. A cultura paraguaia já faz parte da de Mato Grosso do Sul”, afirmou ao Correio do Estado o paraguaio Ricardo Zelada Cafure, que mora em Campo Grande desde 1985 e atualmente é diretor cultural da Associação Colônia Paraguaia no Estado de MS.
Para celebrar essa amizade, nossos vizinhos ganharam como homenagem o Dia do Povo Paraguaio, comemorado em 14 de maio, relembrando a data da independência paraguaia da Espanha, em 1811. Neste ano, por causa da pandemia do coronavírus, não haverá comemoração em Campo Grande. O lugar ideal para conhecer a cultura paraguaia na capital é a Associação Colônia Paraguaia, no bairro Pioneiros. A revitalização da sede está pronta após meses de obras. Por meio de convênio com governos e fundações de cultura, o local vai receber eventos culturais e oferecer aulas de guarani, espanhol, danças folclóricas e cursos de harpa e violão. “Gostaríamos da presença do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, na inauguração, mas com a pandemia não sabemos se será possível”, afirmou Ricardo Zelada. A data da inauguração ainda está indefinida.
A fronteira de mais de 800 quilômetros entre MS e Paraguai é a principal porta de entrada desse intercâmbio material e imaterial. Nas cidades fronteiriças, os sotaques se confundem e o cotidiano é compartilhado entre moradores dos dois países. “Há um intercâmbio social, cultural, econômico e político intenso nessas comunidades de fronteira. O dia a dia é marcado pela integração e pelas vivências, como o compartilhamento de serviços, casamentos que unem famílias, uso de mais de um idioma, de mais de uma moeda”, explicou Daniela Ota, doutora em comunicação e professora da UFMS.
O rádio desempenha um papel relevante nessa interação entre brasileiros e paraguaios. “É claro que esse intercâmbio gera integração e conflitos também. O rádio é importante para retratar todas essas sociabilidades. Nessas áreas é comum o uso de mais de um idioma nas transmissões. As questões fronteiriças se fazem presentes no conteúdo jornalístico produzido. Na cobertura nacional, é diferente porque as fronteiras só aparecem quando ocorrem crimes de grande repercussão, grandes apreensões de drogas. O cotidiano não é retratado. Já o rádio é conhecido como um meio de comunicação de proximidade, que privilegia o local”, explicou Daniela Ota.
O fluxo migratório é intenso há várias décadas. Imigrantes paraguaios estão presentes em praticamente todos os 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Estudos apontam que cerca de 300 mil paraguaios e descendentes diretos moram no Estado.
A relação entre os vizinhos, no entanto, nem sempre foi pacífica. Durante a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), os paraguaios invadiram e ocuparam grande parte do atual território sul-mato-grossense. Mas as desavenças ficaram para trás e o laço de amizade dita o ritmo na relação entre os dois povos.