quais as vantagens e desvantagens da monarquia e da republica?
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Sendo absolutamente agnóstico no debate Monarquia vs. República, existe um aspecto do argumentário monárquico que me faz particular confusão. Muitos monárquicos que leio na blogosfera, e que respeito, dão a entender que, se regressássemos à Monarquia, muitos dos problemas do país melhorariam substancialmente. Não consigo compreender tamanho optimismo, para não dizer mesmo ingenuidade. É verdade que Monarquia não exclui a democracia, como o exemplo de várias monarquias europeias demonstra; mas, e a menos que esteja redondamente enganado, tais monarcas são essencialmente figuras simbólicas da nação, e não têm mais poder que um Presidente de uma República como a nossa. Ou seja, nada garante que Duarte de Bragança, ou um dos seus herdeiros, seria um melhor Chefe de Estado do que Cavaco Silva ou outro Presidente. Por outro lado, um Rei deparar-se-ia com a mesma população vagamente alheada da política ("eles são todos iguais") que continuaria a eleger os Isaltinos, as Felgueiras e os Jardins da vida, que a figura real por si só não conseguiria eliminar, nem sequer moralizar. Dito de outra forma: é muito pouco provável que o Reino de Portugal tivesse um Parlamento e autarcas mesmo muito parecidos àqueles que tem hoje, o que se traduziria num quotidiano idêntico ao que temos.
Admito que possa ser um erro de percepção da minha parte, mas creio que entre a população portuguesa o debate Monarquia vs República não poderia ser mais irrelevante, sobretudo neste momento em que a crise é o grande problema de praticamente todos nós. A Monarquia, para o bem ou para o mal, caiu há mais de cem anos, e nenhum português vivo se recorda desse tempo, o que confere à tradição real uma importância próxima do zero. Dito isto, tenho alguma curiosidade num estudo sobre essa matéria, numa sondagem que avaliasse o real sentimento dos portugueses. Tal como não seria contra um eventual referendo à Monarquia, apesar de jamais prestar vassalagem a quem quer que fosse.
Monarquia, para mim, só é indispensável nas grandes narrativas de fantasia épica. Os Reis de Gondor, em Tolkien, ou de Westeros, em Martin, só poderiam ser reis, nunca presidentes. Na vida real, ambos os regimes têm vantagens e desvantagens, pelo que não vejo que diferença faz, em termos nacionais ou internacionais, termos um Rei ou um Presidente.