Quais as propostas de enfrentamento da crise econômica durante a pandemia do corona vírus?
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Resposta:
Medidas para minimizar os impactos do coronavírus
Só conseguiremos vencer o coronavírus com união. Os países em desenvolvimento precisam, por exemplo, tomar medidas para proteger seus povos e exigir ações dos países ricos para apoiá-los nesse esforço. Já os governos dos países ricos – liderados pelo G20 – precisam aumentar muito a ajuda que prestam. Isso diz respeito a todos nós.
Por isso, a Oxfam está propondo a adoção imediata de um Plano de Resgate Econômico para Todos. São estas as medidas que recomendamos para minimizar o impacto do coronavírus:
1. Ajuda em dinheiro para todos que precisam
Ajuda em dinheiro e outras formas de proteção social universal são fundamentais no combate à desigualdade e na proteção de pessoas vulneráveis no contexto da crise econômica causada pelo coronavírus.
Por isso, todos os trabalhadores que perderam renda devem ter acesso a algum mecanismo de substituição da sua renda, seja na forma de subsídio salarial, seguro-desemprego, auxílio-doença ou de outros benefícios.
2. Resgate financeiro responsável para empresas
O mundo precisa aprender com a crise financeira de 2008, quando governos resgataram bancos e grandes empreendimentos enquanto pessoas comuns pagaram com uma década de austeridade econômica, com cortes de gastos em serviços públicos como de saúde e educação.
A fortuna dos bilionários dobrou nos 10 anos seguintes, enquanto os salários dos trabalhadores praticamente não aumentaram. Pacotes de resgate financeiro podem ser uma oportunidade para se mudar permanentemente os incentivos e modelos de negócios. Com isso, é possível ajudar a promover uma economia mais humana e sustentável, na qual os trabalhadores sejam tratados de maneira justa.
3. Suspensão e cancelamento de dívidas
Em 2018, o total das dívidas dos países em desenvolvimento alcançou a marca de 191% do seu PIB combinado, o nível mais alto já registrado.
Para pagar essas dívidas, muitos países estavam adotando medidas de austeridade quando a crise do coronavírus eclodiu – ou seja, estavam investindo menos em serviços públicos. Assim, os custos da dívida acabam recaindo sobre as pessoas mais pobres, que precisam desses serviços.
Como a pandemia exigirá uma injeção maciça de recursos para apoiar economias mais pobres. Portanto, não faz sentido que os países mais pobres continuem a transferir recursos vitais para o mundo rico.
Cancelar o pagamento de dívidas é a maneira mais rápida de se manter dinheiro nos países e liberar recursos para fazer frente às urgentes crises de saúde, sociais e econômicas decorrentes da pandemia de coronavírus.
4. Direitos especiais de saque devem ser emitidos
Os Direitos Especiais de Saque (DES) são um instrumento monetário internacional criado pelo FMI que serve para completar as reservas oficiais dos países membros.
Embora não sejam uma moeda em si, são conversíveis e, por aumentarem as reservas dos países, podem ajudar a liberar espaço fiscal vital para permitir mais gastos com sistemas de saúde e medidas de apoio à economia.
Essa medida já foi usada em 2009, quando o G20 concordou em alocar US$ 250 bilhões em DES para ajudar a reforçar as reservas dos países-membros do FMI diante da crise financeira global. É, portanto, uma medida viável. E mais necessária do que nunca.
5. Os mecanismos de ajuda devem ser intensificados imediatamente
Os doadores devem oferecer, imediatamente, apoio de emergência para limitar o surto de coronavírus e salvar vidas. Isso se dá tanto por meio dos organismos multilaterais responsáveis pela gestão da resposta global, como a Organização Mundial da Saúde, e também diretamente pelos países em desenvolvimento.
Sendo assim, os países devem melhorar a capacidade de seus sistemas de saúde de tratar, testar e rastrear casos de coronavírus. Devem também disponibilizar, gratuitamente, testes e assistência médica às pessoas mais afetadas pela pobreza.
Há também uma necessidade urgente de equipamentos adequados de saúde para combater o vírus: em Mali, por exemplo, o governo tem apenas três ventiladores para cada um milhão de pessoas.
6. Impostos emergenciais de solidariedade devem ser adotados
Como uma reação imediata, os governos devem fazer tudo que for preciso para salvar suas economias.
Mas para isso precisarão colocar todo o sistema fiscal a serviço de pacotes de estímulo para aumentar seus orçamentos de saúde e proteger famílias e empregos. Essa medida deve ser tomada em bases abrangentes, rápidas, justas e responsáveis.
Os governos devem reduzir ou adiar a cobrança de impostos temporariamente, principalmente de consumidores, pequenas empresas e trabalhadores por conta própria que estão enfrentando dificuldades em decorrência da crise do coronavírus.
Essas são as 6 medidas básicas que recomendamos para minimizar o impacto da crise provocada pelo coronavírus. Temos que agir agora!
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