Geografia, perguntado por fernandapop88, 1 ano atrás

Quais as perspectivas para o futuro do Brics?

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Respondido por lauraealice2019
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Resposta:Os números são astronômicos: juntos, os Brics - o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - ocupam 26,46% da área total da Terra, reúnem 42,58% da população mundial e respondem por 22,53% do PIB do planeta.

Mas, na medida em que crescem em importância, suas diferenças acabam se tornando mais pronunciadas desde que o termo foi criado, há 16 anos.

Naquela ocasião, o britânico Jim O'Neill, então diretor de pesquisas econômicas do banco de investimentos Goldman Sachs, cunhou a sigla ao assinalar a importância cada vez maior desses países, sobretudo, da China, para o crescimento da economia mundial.

Mas, hoje, no campo econômico, os Brics têm tido desempenhos muito diferentes. A Índia é a única que continua a crescer. A China ainda mantém uma taxa de crescimento bem maior do que a média mundial, mas menos vigorosa do que no passado. Já Brasil e Rússia se revelaram "grandes decepções", como afirmou O'Neill em entrevista à BBC Brasil.

Já no campo político, disputas territoriais entre China e Índia elevaram as tensões entre os dois países.

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Como resultado, o futuro do grupo vem sendo colocado em xeque.

Neste domingo, os Brics se encontram pela 9ª vez - apesar de o termo ter sido criado em 2001, a primeira reunião do grupo só aconteceu em 2009 em Yakateriburgo, na Rússia. A cúpula deste ano acontece em Xiamen, no sudeste da China. Cinco países foram convidados pela China como observadores: México, Tailândia, Tajiquistão, Egito e Guiné.

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A BBC Brasil conversou com especialistas para entender se os Brics perderam relevância e quais são seus principais desafios.

Eles disseram acreditar que o grupo evoluiu significativamente desde sua criação, deixando de ser meramente um agrupamento de economias emergentes com forte crescimento para se tornar um agrupamento político.

No entanto, destacaram que ainda há um "longo caminho a percorrer" para os Brics façam frente aos países hoje considerados desenvolvidos.

Relevância

Segundo Oliver Stuenkel, coordenador do MBA de Relações Internacionais da FGV-SP, "o fato de não haver concordância em tudo não inviabiliza a utilidade política dos Brics, especialmente para o Brasil".

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"Se não houvesse essa cúpula, dificilmente o Temer conseguiria encontrar os presidentes de todos esses países em único lugar. Trata-se de um momento importante para a assinatura de acordos bilaterais, para a coordenação de políticas comuns e demais interesses econômicos", diz ele à BBC Brasil.

Para Sérgio Veloso, professor e pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas Brics (Brics Policy Center), os Brics "nunca surgiram como um agrupamento cuja força residia na capacidade individual de cada país".

"Trata-se, ao fim e ao cabo, de um agrupamento político, embora tenha levado algum tempo para que eles pudessem desenvolver uma agenda política conjunta. Os Brics nunca estiveram tão sólidos", diz.

Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, concorda. Ele destaca a diferença do que chama de "Brics 1.0" e "Brics 2.0".

"O significado de 'Brics' muda em função do interlocutor. Estão se consolidando ao menos duas formas com que a comunidade internacional enxerga o grupo", diz.

"A primeira avalia momento atual e perspectivas dos quatro gigantes (sem África do Sul), como 'mercados em crescimento'. Ou seja, chamar a atenção do mundo para seu potencial como propulsores do crescimento foi a essência dos "Brics 1.0", destaca.

"A segunda concentra-se no impacto da construção institucional dos Brics (com África do Sul) nas relações internacionais dos próximos 25 anos. Tal enfoque mede o impacto da articulação do grupo em organizações multilaterais existentes, no surgimento de novos instrumentos plurilaterais e portanto em novas alianças e polos de poder. É o que podemos chamar de 'Brics 2.0', acrescenta.

Segundo Troyjo, enquanto houve decepção com a primeira, por causa do desempenho econômico abaixo das expectativas e da urgência de agenda reformadora "em sua natureza, essencialmente liberal", a segunda - a de que os Brics constituem um "polo alternativo de poder nas relações internacionais" - vem ganhando cada vez mais força.

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Brasil e Rússia vivem momentos ruins na economia, enquanto China se mantém na crescente e Índia tem aumentado seu cresicmento ano a ano

"Passou a fase em que Brics eram apenas, nas finanças, sinônimo de 'elite dos emergentes'. De agora em diante, ganha ainda mais força o conceito de "Brics 2.0", diz.

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Explicação: acho que ajudei

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