Quais as contribuições que as competências cognitivas podem oferecer à prática educacional brasileira?
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Resposta:Ensino fracionado em disciplinas e avaliações semestrais: eis a síntese da aprendizagem atual – ou, ao menos, como ela é amplamente conhecida. Trata-se de um método tradicional, que separa os conteúdos em blocos e avalia o desempenho do aluno de tempos em tempos. O modelo funciona, é verdade. Afinal, foram as melhores instituições de ensino que o consolidaram. O problema é que o mundo mudou, e as imposições e desafios atuais exigem novos paradigmas à educação.
A crítica que se faz ao ensino vigente é que ele isola as áreas do conhecimento. “O mundo evoluiu e os modelos educacionais não. O professor como o detentor do conhecimento, fazendo a transmissão de conteúdo nas aulas expositivas, não estimula o desenvolvimento das potencialidades do aluno”, avalia Gisele Pinheiro, diretora do Colégio Ampliação de Curitiba (PR), em entrevista ao jornal Gazeta do Povo.
O resultado é um aprendizado diluído em silos. O mercado se tornou tão competitivo de modo que o diploma, muitas vezes, já não é mais um diferencial. De mesma forma, dominar um segundo idioma deixou de ser pré-requisito. Deve-se ir além.
Nesse sentido, os profissionais precisam oferecer mais que conteúdo técnico, abrindo espaço para uma visão mais holística do conhecimento. Daí os motivos para que o modelo de ensino por competências chame cada vez mais atenção. Também conhecida como aprendizagem por competências, a metodologia ganha espaço porque se opõe ao tradicional ensino por disciplinas, conectando todas as áreas do saber.
Como diferencial, ela arbitra em favor do foco: em vez de enfatizar a teoria, a metodologia combina conhecimentos, motivações, valores, recursos, atitudes e habilidades para realizar ações mais eficazes. Além de pregar o fim da dicotomia entre conceito e prática, a principal vantagem do método é o encerramento das disciplinas desconexas.
Assim, os estudantes passam a ter aulas em módulos integrados a fim de estimular novas capacidades. Alguns estudos nacionais e outros internacionais têm definições distintas e ainda não é possível cravar um consenso sobre quais são exatamente as competências em questão. Mas algumas características se repetem com frequência. Confira:
Habilidades práticas: proatividade, comunicação e resolução de problemas.
Habilidades cognitivas: curiosidade, autonomia, reflexão e crítica.
Habilidades técnicas: capacidade para lidar com ciência, tecnologia, engenharia e matemática – as chamadas competências STEM, na sigla em inglês para Science, Technology, Engineer e Math.
Habilidades sociais: interação, cooperação e valorização.
Habilidades emocionais: capacidade de persistência e disciplina, entre outras.
Ao conjunto dos dois últimos tipos, dá-se o nome de habilidades socioemocionais, pois combinam aspectos da vida social e emocional.
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