Geografia, perguntado por Nicole098, 1 ano atrás

Quais as consequências sócio-econômicas do turismo?

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Respondido por cauanicolas
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Os impactos socioeconômicos do turismo atraem estudos mais detalhados, pois à medida que, o turismo representa para um município uma fonte de renda e de emprego desperta expectativa e esperança quanto a melhores condições de vida. Porém, em sendo o turismo uma atividade capitalista como outra qualquer, ela é contraditória, ou seja, gera benefícios e simultaneamente problemas e conflitos.

Portanto, a principal motivação deste estudo é conhecer como esses impactos acontecem na realidade. Dentre várias questões pertinentes ao turismo no território cearense, a que mais aguçou nossa curiosidade foi saber um pouco mais sobre esses impactos, como acontecem na prática. Desmistificando um pouco o discurso positivista que somente consegue ver os aspectos positivos da realidade.

Teoricamente, a atividade turística é importante para qualquer economia, seja ela nacional, regional, ou local, pois o deslocamento constante de pessoas aumenta o consumo, motiva a diversidade de produção de bens e serviços e possibilita o lucro e a geração de emprego e renda. Apesar de alguns estudos, tal como de LAGE & MILONE (2000), demonstrarem que o turismo apresenta efeitos econômicos, sociais, culturais e ambientais múltiplos e produz resultados nem sempre divididos igualmente entre os envolvidos. Afinal, como qualquer atividade capitalista produz desigualdades na distribuição dos benefícios e dos custos. A população residente é vítima dos efeitos do turismo e sofre com alguns impactos negativos, por exemplo, o aumento descontrolado do número de turistas e de agressões naturais e culturais.

O turismo não é a redenção de um lugar, nem o maldito ou demônio que chegou a ele, tal como defende CORIOLANO (2003). É preciso, contudo, descer aos reais detalhes e especificidades do setor em cada local.

O crescimento do turismo, no Brasil, recebeu crescente atenção dos governantes e dos investidores privados, por sua capacidade de gerar renda e empregos (diretos ou indiretos), constituindo-se um importante segmento da política econômica e de desenvolvimento nacional. A evolução do turismo no país é demonstrada através de pesquisas da EMBRATUR (2005), que indicam o crescimento do número de visitantes internacionais, ou seja, aponta um aumento de 12% desse fluxo turístico entre 2003 e 2004.
No Ceará, o turismo se consolidou entre as décadas de 1980 e 1990. Nos anos 80, o litoral destacou-se pelas residências de veraneio e de lazer de finais de semana e feriados dos residentes de Fortaleza. Nos anos 90 começou a surgir os grandes empreendimentos turísticos como os resorts, no litoral cearense, sem distinção de localização tanto a leste quanto à oeste de Fortaleza. E, atualmente, está ocorrendo uma ampliação dos destinos turísticos no estado do Ceará, pois estão sendo exploradas cidades serranas e sertanejas. O turismo está se interiorizando, desconcentrando da capital, enquanto um dos fatores de desenvolvimento social e econômico local.

Aos poucos os movimentos turísticos desloca-se do litoral para o interior do Estado. As regiões serranas, por seu atrativo natural e proximidade a Fortaleza, constituem importantes lugares alternativos ao litoral.

Nesse movimento de interiorização do turismo no Ceará pode-se destacar a cidade de Guaramiranga, com grande potencialidade turística surge de sua proximidade a capital (104Km de Fortaleza) e pelo fato de pertencer à Área de Proteção Ambiental (APA) do Maciço de Baturité. Sua exuberante vegetação e clima ameno, característico da Floresta da Mata Atlântica fazem do Maciço uma região de exceção no semi-árido. A cidade está a uma altitude de 865m acima do nível do mar, favorecida por temperaturas em torno de 18° e 22°C. Na cidade de Guaramiranga, destaca-se a paisagem formada pelos jardins residenciais e de praça pública, com flores típicas de climas frios que compõem um visual de especial atrativo para seus visitantes.

É uma pequena localidade de aproximadamente 5.930 habitantes e de 59 Km² cuja população ainda é predominantemente rural, segundo o IBGE (2000), com 1.700 habitantes urbanos e 4.230 rurais. Sua economia de mercado está fundada no cultivo de café, algodão, banana, arroz, cana-de-açúcar, milho e feijão e na criação de bovinos, suínos e aves, além das flores e do turismo

Guaramiranga, como todo o Maciço de Baturité, é alvo de planejamento estadual e federal (Plano de Turismo Estadual, e Plano de Ação do Turismo - PAT 2000) e em parte seu desenvolvimento turístico se deve à ação institucional. Segundo o PAT, a cidade integra a Macroregião Turística das Serras Úmidas/ Baturité em conjunto com os municípios de Aratuba, Capistrano, Mulungu, Pacoti, Palmácia e Redenção. Nessa região com tradição turística,Guaramiranga constitui-se um pólo turístico pela proximidade aos demais municípios, destacando-se por sua altitude e preservação de seus recursos naturais e culturais.


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