quais as caracterisiticas de deficiente intelectual
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Cerca de 2,5 milhões de brasileiros têm alguma deficiência intelectual. Mas, ao contrário do que muitos pensam, a limitação da inteligência não impede essas pessoas de estudarem, trabalharem e terem uma vida normal. O responsável por isso, na maioria das vezes, é o preconceito.
Segundo a Associação Americana sobre Deficiências Intelectuais e do Desenvolvimento (AAIDD, em inglês), uma série de fatores precisa ser levada em consideração para que os médicos possam fazer um diagnóstico de deficiência intelectual. Além do teste de Quociente de Inteligência (QI), também é necessário verificar se há duas ou mais limitações adaptativas. Essa categoria engloba, entre outras, a capacidade de lidar com atividades do dia a dia, o desenvolvimento da linguagem e o desenvolvimento social. Os principais tipos de deficiência intelectual são as síndromes de Down, do X-Frágil, de Prader-Willi, de Angelman, e de Williams.
As causas destas limitações na inteligência são variadas e, em muitas situações, desconhecidas. Além da genética, alguns dos fatores de risco são tabagismo, alcoolismo e consumo de drogas pela mãe durante a gestação. Prematuridade, baixo peso ao nascer e desnutrição até o fim da adolescência também estão na lista.
De acordo com a gerente de Serviço Socioassistencial da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE-SP), Valquíria Barbosa, o termo “pessoa com deficiência intelectual” é o mais adequado. “Não se deve falar em portador, já que ninguém carrega uma deficiência”, diz. A expressão 'deficiente intelectual’ está correta, mas não é desejável.
Família, escola e trabalho
O relacionamento com a família é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança, mas no caso da deficiência intelectual essa convivência pode ser prejudicada pela falta de orientação. “Muitos pais tendem ou à rejeição, causada pelo preconceito, ou à superproteção”, afirma Valquíria. “Elas pensam que seus filhos não vão conseguir se defender de outras crianças, por exemplo”, completa. Por isso, as instituições costumam fazer trabalhos no sentido de que a família seja a base a partir da qual o jovem possa desenvolver todo o seu potencial sem ser visto como uma vítima.
Uma grande dúvida para todas as pessoas que têm filhos com esse tipo de limitação é a escolha da instituição de ensino. Para Valquíria, a escola regular é a melhor opção, já que as especiais muitas vezes têm níveis de exigência muito baixos, o que pode impedir o aluno de desenvolver melhor sua inteligência.