PROFISSÃO DE FÉ
Olavo Bilac
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
(...)
Caia eu também, sem esperança,
Porém tranquilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!
Sobre o poema, assinale a alternativa correta.
Escolha uma opção:
a. O ofício de escrever precisa embeber-se do cotidiano.
b. O risco de tal proposta artística e a deturpação do estilo.
c. A principal imagem que o poema constrói é a do poeta-ourives.
d. O eu lírico prefere trabalhar o mármore de Carrara ao ônix.
e. O poeta “Torce, aprimora, alteia, lima” a joia.
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Resposta:
LETRA C
Explicação:
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