produçao textual a dificil realidade dos catadores de lixo por favor me ajudee
Soluções para a tarefa
Explicação:
dois grandes problemas distintos, contudo tão interligados quanto gêmeos siameses. O primeiro são os lixões a céu aberto existentes em quase todos os municípios brasileiros. Trata-se de uma mazela de ordem ambiental com solução à vista. O outro problema é social – as legiões de brasileiros que sobrevivem nesses lixões como catadores de resíduos sólidos, uma das mais insalubres e indignas atividades econômicas humanas. Para resolver o problema dos depósitos de lixo a céu aberto, o Congresso Nacional aprovou, em 2010, uma lei instituindo uma política nacional para os resíduos; e o Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, determinou que os municípios têm até agosto de 2014 para criar aterros sanitários e iniciar a coleta seletiva. Até agora, 10% dos municípios tomaram providências. Contudo, trata-se de um problema de vontade política (ver box na página 62).
A verdadeira encruzilhada está em como promover a inclusão social dos catadores. Mas quantos são eles? Onde estão e como vivem? Do que afinal precisam? Para tentar encontrar respostas a essas questões, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fechou parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República e com a Secretaria de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado, publicado sob o título de Diagnóstico sobre Catadores de Resíduos Sólidos, apresenta uma radiografia que guarda uma série de novidades, algumas surpreendentes.
A primeira novidade diz respeito ao tamanho desse grupo social. São 400 mil catadores de resíduos sólidos em todo o Brasil. Somados os membros das famílias, chegam a 1,4 milhão de brasileiros que sobrevivem do lixo. A maioria dos catadores é formada por homens jovens, negros ou pardos. Eles têm baixa escolaridade e vivem nas cidades com uma renda média de R$ 571,56. O estudo também descortina uma série de contrastes. Um deles é a diferença da situação do Nordeste em relação às demais regiões. O Nordeste é pior em tudo. Em seguida, em uma situação quase semelhante, aparece a região Norte. Outro aspecto que chama a atenção nessa pesquisa é o fato de que apenas 10% do contingente de catadores está organizado em cooperativas.
A surpresa foi encontrar estatísticas positivas em meio a esse grupo social. Mais da metade deles (58%) contribui com a Previdência Social. Como estão basicamente em grandes ou médias cidades, 99% moram em residências com energia elétrica e 48% usufruem de sistema de saneamento básico. A maior das surpresas foi constatar que somente 4,5% das famílias de catadores sobrevivem com menos de R$ 70 per capita mensais, a cifra que estabelece a linha abaixo da pobreza absoluta. “Quando imaginamos um catador de lixo, desenhamos a imagem de uma pessoa na extrema pobreza”, diz Albino Rodrigues Alvarez, técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos Regionais, Urbanos e Ambientais (Dirur), do Ipea, e um dos coordenadores do estudo, junto com os técnicos Sandro Pereira Silva e Fernanda Lira Goes. “Mas como a linha é baixa, menos de R$ 70 per capita, alguma coisa os catadores sempre conseguem pegar. Esse é o atrativo da rua: a pessoa remexe o lixo e descobre coisas de algum valor para vender”.