produção de texto sobre a terra em cem anos
Soluções para a tarefa
1Um mundo mais quente
Nos próximos 100 anos, a temperatura média global deve aumentar entre 4ºC e 8ºC. De acordo com Hilton Silveira Pinto, diretor associado do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, os polos são as áreas que mais vão sentir esse aquecimento. No Brasil, o Nordeste e a região amazônica devem registrar um aumento de 6ºC a 8ºC em sua temperatura média. Mesmo com a dificuldade em quantificar as razões do aquecimento global, o professor acredita que a maior influência seja da atividade humana, com a emissão de gases do efeito estufa.
Para os oceanos, estima-se um aumento de 2ºC na temperatura média. Pode parecer pouco, mas imagine a quantidade necessária de calor para elevar a temperatura de todo o planeta Terra. 'É preciso uma energia consideravelmente grande para afetar um corpo com 40 mil km de diâmetro', define o coordenador do curso de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rualdo Menegat. Esses aumentos vão fazer a diferença no modo como viverá a humanidade, seja no planejamento das grandes cidades ou na nossa saúde e na fauna e flora ao redor do globo.
2Deserto no Nordeste,
chuva no Sul
Para 2050, especialistas estimam 5% de diminuição de chuva para a região do Nordeste brasileiro. A partir daí, segundo Hilton Silveira Pinto, professor do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, é possível que se inicie um processo de desertificação na região, com exceção do seu litoral. 'Essa é a tendência para áreas mais secas. No mundo, já se observa esse fenômeno, como no deserto do Saara, que já expandiu suas dimensões na Nigéria e continuará expandido', destaca Pinto.
Enquanto isso, no sul do Brasil, gaúchos e catarinenses devem se preparar para mais chuva: é possível que haja um aumento na média pluviométrica de até 10% para o próximo século, de acordo com o professor da Unicamp.
3Mapas alterados
O aumento previsto na temperatura média da Terra não será suficiente para derreter a Antártica, conforme projetam os mais apocalípticos, diz o professor Rualdo Menegat. Contudo, considerando-se que o nível dos oceanos poderá subir de 60 cm a 1 m, estima-se que o derretimento do gelo poderá alagar regiões costeiras, principalmente na Ásia, como o litoral de Bangladesh. Regiões do Brasil e da África e o sul dos Estados Unidos também deverão sofrer alterações nas suas margens.
Segundo o professor, pequenas ilhas paradisíacas do Pacífico, como a Ilha de Biquíni, poderão desaparecer. 'Milhares de pessoas serão desalojadas, aumentando o número de refugiados ambientais, pressionando essas populações para os centros urbanos', conclui.
População mais velha
e multicultural
Somos hoje 7 bilhões de pessoas no mundo. No ano de 2050, as Nações Unidas estimam que seremos 9,1 bilhões. A população que mais contribuirá para esse crescimento será a dos países em desenvolvimento: de 5,6 bilhões (dado de 2009) para 7,9 bilhões em 2050. Acredita-se que, em 2050, devemos chegar a uma estabilidade populacional e cresceremos numa velocidade menor. Se a tendência atual se mantiver, seremos uma população cada vez mais velha. A estimativa atual é que, de 2009 para 2050, o total de adultos com mais de 60 anos em todo o mundo salte de 739 milhões para 2 bilhões.
5Escassez de água
Daqui 40 anos, quando acredita-se que a população irá atingir uma estabilidade no seu crescimento, serão 4 bilhões de pessoas vivendo em áreas de escassez d’água. As regiões mais problemáticas deverão ser as mesmas de hoje: sudeste asiático, grande parte da África e Oriente Médio. No entanto, o professor do departamento de Ciências Ambientais da PUC-SP Paulo Moraes, não acredita em conflitos de dimensões internacionais. 'Eu acredito em soluções pacíficas para o problema, afinal, creio na evolução humana', diz o geógrafo.