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Trovadorismo, contexto histórico, literário e cultural
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Trovadorismo
O Trovadorismo foi um movimento literário que surgiu na Idade Média no século XI, na região da Provença (sul da França), se espalhou por toda a Europa e teve seu declínio no século XIV.
Importante frisar que a Idade Média foi um período marcado por uma sociedade religiosa onde a Igreja Católica dominava inteiramente a Europa.
Estava baseado num sistema rural, no qual o camponês vivia miseravelmente e a propriedade de terra dava liberdade e poder.
Trovadorismo em Portugal
Na Península Ibérica, o centro irradiador do Trovadorismo foi na região que compreende o norte de Portugal e a Galiza.
Assim, a Catedral de Santiago de Compostela, centro de peregrinação religiosa, desde o século XI, atraía multidões, onde as cantigas trovadorescas eram cantadas em galego-português, língua falada na região.
Entretanto, os trovadores provençais eram considerados os melhores da época, e seu estilo foi imitado em toda a parte.
O Trovadorismo português teve seu apogeu nos séculos XII e XIII, entrando em declínio no século XIV. O rei D. Dinis (1261-1325) foi um grande incentivador, que prestigiou a produção poética em sua corte, tendo sido ele próprio um dos mais talentosos trovadores medievais com uma produção de 140 cantigas líricas e satíricas aproximadamente.
Além dele, outros trovadores obtiverem grande destaque, a saber: Paio Soares de Taveirós, João Soares Paiva, João Garcia de Guilhade e Martim Codax.
Nessa época, as poesias eram feitas para serem cantadas ao som de instrumentos musicais, como a flauta, a viola, o alaúde, daí o nome “cantigas”.
Com isso, o cantor dessas composições era chamado de "jogral", o autor delas era o "trovador" e o "menestrel", era considerado superior ao jogral por ter mais instrução e habilidade artística, pois sabia tocar e cantar.
A Produção Literária em Portugal
A literatura medieval portuguesa é dividida em dois períodos, a saber:
Primeira Época (1198 a 1418)
O ano de 1198 é considerado o marco inicial da literatura portuguesa a data provável da primeira composição literária conhecida como “Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga de Guarvaia”, escrita pelo trovador Paio Soares da Taveirós, dedicada a dona Maria Pais Ribeiro.
No fim desse período, em 1418, Fernão Lopes é nomeado chefe dos arquivos do Estado (guarda-mor da Torre do Tombo) e suas crônicas históricas tornaram-se marcos do Humanismo em Portugal
Segunda Época (1418 a 1527)
Em 1527, o escritor Sá de Miranda introduz as ideias do Classicismo em Portugal, inaugurando um novo estilo literário.
Cancioneiros
Os Cancioneiros são os únicos documentos que restam para o conhecimento do Trovadorismo. São coletâneas de cantigas com características variadas e escritas por diversos autores, divididos em:
· Cancioneiro da Ajuda: Constituído de 310 cantigas, esse cancioneirose encontra na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, originado provavelmente no século XIII.
· Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: conhecido também pelo nome dos italianos que os possuíam, “Cancioneiro Colocci-Brancuti”, esse cancioneiro composto de 1.647 cantigas, foi compilado provavelmente no século XV.
· Cancioneiro da Vaticana: originado provavelmente no século XV, esse cancioneiro está na Biblioteca do Vaticano composto de 1.205 cantigas.
Cantigas Trovadorescas
Com base nos Cancioneiros, as cantigas trovadorescas são classificadas em :
Cantigas de Amigo
Originárias da Península Ibérica, constituem a manifestação mais antiga e original do lirismo português.
Nelas, o trovador procura traduzir os sentimentos femininos, falando como se fosse uma mulher. Nessa época, a palavra “amigo” significava “namorado” ou “amante”.
Cantigas de Amor
Originárias da região de Provença, apresenta uma expressão poética sutil e bem elaborada. Os sentimentos são analisados com mais profundidade sendo o tema mais frequente: o sofrimento amoroso.
Cantigas de Escárnio e Cantigas de
Maldizer
Cantigas satíricas e irreverentes, reuniam versos que ridicularizavam os defeitos humanos.
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