preciso de uma redação sobre a seca no sudeste
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A seca na Região Sudeste do Brasil em 2014–2016 é o evento de chuvas irregulares e pouco expressivas registrado na região brasileira supracitada, iniciando no estado de São Paulo em outubro de 2013 e que se estendeu aos demais estados do Sudeste ao longo de 2014 e 2015, mantendo-se em várias áreas dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo também em 2016. O principal fator responsável pela diminuição das precipitações é a constante atuação da alta subtropical do Atlântico sul (ASAS), bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias sobre o Sudeste brasileiro e consequentemente inibe a formação da zona de convergência do Atlântico sul (ZCAS), canal de umidade organizado em associação à umidade oriunda da Amazônia encarregado da ocorrência de chuvas regulares em quase todo o Centro-Sul do país.[1][2][3]
Em decorrência da seca prolongada, associada a fatores ligados à infraestrutura, à ocupação desordenada dos mananciais e à falta de planejamento,[4] iniciou-se em fevereiro de 2014 uma crise hídrica em todo o Sudeste, em especial no estado de São Paulo, e o volume do Sistema Cantareira, que abastece a capital paulista, registrou os menores valores de sua história.[5]
Fortes veranicos foram observados após dezembro de 2013 na porção sul do Sudeste e em parte da Região Sul, em pleno auge do período chuvoso, mais tarde estendendo-se também para Minas Gerais e Espírito Santo, áreas em recuperação das enchentes no final de 2013. As chuvas ficaram muito abaixo da média climatológica na maior parte dessas regiões após outubro de 2013 e cidades como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram calor recorde em fevereiro de 2014. Tal fenômeno ocorreu em decorrência da atuação de uma extensa massa de ar seco e quente que permaneceu estacionada sobre boa parte do território brasileiro nas primeiras semanas de 2014, a chamada alta subtropical do Atlântico sul (ASAS), bem como ocorreria em outras ocasiões nos meses seguintes.[6][7][8] A alta pressão formava um bloqueio atmosférico que impedia o avanço de frentes frias, que eram bloqueadas sobre a Argentina e o Uruguai.[6]
Focos de queimadas em morros próximos a Coronel Fabriciano, Minas Gerais, em outubro de 2015.Com a ausência de precipitação, associada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa, começaram a ser registrados prejuízos na agricultura e no abastecimento de água, além de uma redução no nível de reservatórios de usinas hidrelétricas. Na segunda quinzena de fevereiro de 2014, as chuvas retornaram, ainda irregulares, chegando a superar a média na maior parte do país em março, mas não foram suficientes para recuperar o nível de reservatórios de água de hidrelétricas em cidades que enfrentavam racionamento de água.[9][10][11][12] O quadro de estiagem se manteve nos meses seguintes na Região Sudeste, devido à estação seca normal,[12] enquanto que no Sul as chuvas se tornaram regulares em geral no mês de junho.[13][14] A ocorrência de queimadas também foi agravada no decorrer de 2014, com um aumento de 70% entre janeiro e outubro em relação ao mesmo período em 2013, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).[15]
Entre os dias 11 e 20 de outubro, várias cidades do Brasil, em especial nos estados da região Sudeste e Centro-Oeste, tiveram recordes de calor, com temperaturas máximas absolutas acima dos 40 ºC, além de secura extrema, com valores de umidade relativa abaixo dos 15%.[16][17] No dia 17 de outubro de 2014, a cidade de São Paulo registrou a maior temperatura de sua história, com marca de 37,8 °C, na estação meteorológica do Mirante de Santana, zona norte da capital, segundo o INMET.[18] A partir do dia 20 do mesmo mês, foram registradas precipitações volumosas em áreas localizadas, em especial entre o leste e nordeste de Minas Gerais e o Espírito Santo,[19] no entanto chuvas mais expressivas e bem distribuídas começaram a ser registradas no início de novembro, quando centenas de municípios mineiros, paulistas e fluminenses enfrentavam situação de emergência.[20][21] Ainda assim, as precipitações continuaram irregulares em todo o Sudeste brasileiro em 2015, em especial entre Minas Gerais e o Espírito Santo;[22][23] boa parte do estado paulista, no entanto, teve precipitação acima da média em fevereiro e março, aliviando um pouco o nível dos reservatórios durante esta ocasião.