Preciso de uma dissertação filosófica,tema: livre arbitro.
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Resposta:
O livre-arbítrio foi palco de debates na filosofia Escolástica e Patrística. Ambas correntes basearam seus respectivos pensamentos na noção do homem racional enquanto agente moral. O que caracteriza o homem, de fato, é a sua racionalidade, que é uma característica intrínseca do ser humano. Ora, segundo o Aristotéles, que foi uma das grandes referências da Escolástica, a alma é dividida em duas partes: parte racional (a mais importante) e a irracional (subdividida em desejante ou sensitiva e vegetativa ou nutritiva). Os animais estão atrelados à faculdade sensitiva (parte sensitiva da subdivisão da parte irracional), as plantas à faculdade vegetativa (parte efetivamente irracional) e o homem à faculdade racional (a qual contém todas as outras em um grau perfeito). Ora, o Aristotéles afirma que é a partir da práxis (ação) que podemos alcançar nossos objetivos. Ora, a faculdade desejante é, senão, o intermédio para a práxis. E esta práxis estará parametrada ou na racionalidade ou na parte nutritiva (irracionalidade). Ora, é evidente que os animais são dotados da fala (phoné) e com ela exprime a dor e o prazer que está atrelado à faculdade irracional, eles agem mas não sabem que agem. E claro, é evidente que o homem é dotado da palavra (logos, em sentido estrito [razão]), o que dá a capacidade de deliberação, escolha e julgamento. Por isso, ele é superior aos outros animais. Ora, nossa racionalidade pressupõe nossa livre e espontânea vontade de deliberar mediante as nossas ações. Há certos seres que não agem com livre-arbítrio, mas que são levados e movidos por outros; assim, a flecha é movida ao fim pelo arqueiro. Outros, porém, agem com certo arbítrio, mas que não é livre, como os animais irracionais; assim, a ovelha foge do lobo, em virtude de um juízo pelo qual o julga nocivo a si, sem esse juízo ser livre, mas ínsito naturalmente. Ora, apenas os seres inteligentes podem agir com livre juízo, conhecendo a noção universal do bem, pela qual poderá julgar boa tal ou tal coisa. Por isso, onde houver intelecto, haverá livre-arbítrio.