pq disemos que foi um periodo humanista?
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O que foi o humanismo?
Podemos definir o humanismo como a corrente intelectual desenvolvida na Europa durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna, entre os séculos XIV e XVI. Nesse movimento, havia a valorização da figura do ser humano e de todos os assuntos que a ele remetem, como os sentimentos, a razão, o conhecimento e a própria natureza. Por isso, o pensamento humanista é considerado antropocêntrico (isto é, “o homem como centro”).
O humanismo disseminou-se através do pensamento renascentista e também da literatura portuguesa. Portanto, dividiremos o texto entre essas duas explicações, para que você entenda todas as faces desse movimento tão relevante para a construção da sociedade moderna. Acompanhe:
O pensamento humanista
Primeiro, é preciso contextualizar o panorama histórico que vivia a Europa ao fim da Idade Média (século V - século XV). O feudalismo - modelo econômico e social vigente, baseado na propriedade da terra e em uma rígida hierarquia entre classes sociais - estava em decadência e assistia a ascensão de uma nova ordem, propiciada pela burguesia enriquecida pelo comércio.
Não podemos colocar a Idade Média como um período de atraso filosófico e científico, já que essa é uma visão construída também pelos próprios adeptos do humanismo, que procuravam estabelecer uma ideia de ruptura com o pensamento medieval e religioso anterior. Porém, cabe reconhecer que o período da Idade Média foi realmente uma época em que o teocentrismo e os valores cristãos estavam muito presentes na sociedade.
E era justamente contra esse teocentrismo que o humanismo se opunha. Os pensadores humanistas defendiam a valorização da figura do homem e da sua participação ativa na natureza e na civilização, contrapondo-se à visão baseada na fé e nos dogmas cristãos, que colocavam Deus como a figura central do Universo e a religião no centro da vida cotidiana.
Para compreender totalmente os pensamentos do período, precisamos retomar também outros termos, como:
Antropocentrismo
O termo significa o homem no centro do universo. É um conceito oposto ao teocentrismo tão recorrente na Idade Média, que afirmava Deus como o centro de todas as coisas. Portanto, o humanismo se coloca como um início da valorização da figura do homem, colocando-o no centro das discussões e indagações, e realizando uma transição entre o pensamento teocêntrico medieval e o ideal antropocentrista moderno.
O humanismo se utiliza do antropocentrismo para se opor à ideia de que a vida humana possui um destino já definido por Deus. Para os pensadores da época, os seres humanos são animais especiais, que possuem a capacidade de compreender a realidade à sua volta e de modificar o mundo de acordo com seus próprios interesses.
O ser humano é colocado como um agente ativo na natureza, capaz de criar a civilização. Nesse sentido, enquanto também é um criador, o homem carregaria dentro de si a presença divina, sendo um resumo do mundo feito à imagem e semelhança de Deus.
Racionalismo
O racionalismo busca separar totalmente a razão dos dogmas religiosos do cristianismo. Como ser que compreende a realidade à sua volta, o homem deveria encontrar o conhecimento através de uma observação racional sobre o mundo. Essas são as bases para a criação do pensamento científico que viria a se desenvolver já na Idade Moderna.
Portanto, é muito comum que se vincule diretamente o pensamento humanista ao movimento renascentista, visto que foram responsáveis pelas grandes mudanças transcorridas ao fim da Idade Média e no Início da Idade Moderna.
O humanismo na literatura
No que se refere à literatura, o humanismo se coloca como um movimento de transição entre o trovadorismo e o classicismo. A poesia trovadoresca, tão comum à Idade Média, dá lugar a outros formatos de texto, como a crônica e o teatro. Além disso, os autores do período procuram se distanciar da religiosidade e tratar de temas relacionados ao homem, como a valorização da beleza, do corpo e das emoções.
O marco do início do humanismo em Portugal se dá em 1418, quando o cronista Fernão Lopes ascende ao cargo de Guarda-Mor da Torre do Tombo. O autor é o precursor da historiografia em Portugal, ao mesclar registros históricos do rei com temas relacionados à sociedade portuguesa, que colocavam o povo também como parte importante da constituição da nação. Dentre suas principais obras, se colocam a trilogia de Crônicas de El-rei, com D. Pedro I, D. Fernando e D. João I.