porque o governo de português expulsou os Jesuítas região do Amapá
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Resposta:O quadro político da Europa neste período foi marcado por regimes monárquicos absolutistas, cujas práticas eram contestadas pelas ideias do iluminismo. Nesse cenário tinha lugar o chamado despotismo esclarecido, personificado em Portugal pela figura do Marquês de Pombal.
Como exemplo dessas práticas, eram correntes no país o Regalismo e o Beneplácito Régio. O primeiro manifestava-se na intervenção direta do Estado em matéria religiosa[1] e na diminuição dos poderes do Papa. A influência das ideias jansenistas e anglicanas era notória, trazidas pela influência do absolutismo francês e das tendências anti-romanas manifestadas por alguns setores do clero. O Beneplácito Régio, enquanto demonstração do Regalismo, está relacionado, em Portugal, com a supremacia da Secretaria de Estado em relação aos tribunais e instituições papais, cujos documentos (bulas, breves) necessitavam ser submetidos à apreciação do poder régio para a respectiva execução.
É à luz destas duas manifestações iluministas reinantes na política religiosa portuguesa, num ambiente de rivalidade entre jesuítas e oratorianos no interior da Igreja Católica[2] ao tempo do Marquês de Pombal, que se registra a perseguição e expulsão da Companhia de Jesus do país, congregação religiosa com grande ascendência, a todos os níveis, principalmente após a Restauração da Independência (1640). Com claro domínio das esferas da Corte, das Missões na América e no Oriente, do ensino, da cultura intelectual, a Companhia despertou a desconfianças dos governantes e rivalidades de outras ordens religiosas e do clero secular. Estavam, assim, criadas as condições para a antipatia pombalina para com os religiosos desta Ordem.
A sociedade portuguesa, com todos os ideais iluministas, procurava uma nova cultura, que fosse moderna e protegida por um Estado secular. Não se tratava da supressão completa da Companhia de Jesus, mas de uma abertura para novas formas de pensamento, que fossem boas e positivas.[3] Além disso, havia também a mudança social em relação ao crescimento industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Com a proteção aos indígenas e o acúmulo de bens territoriais nos domínios portugueses, os jesuítas passaram a ser vistos com hostilidade pelo Estado, que os encarava como elementos desfavoráveis à economia mercantil.[4]
Em 1741, foram publicadas duas bulas papais que proibiam os missionários do exercício de qualquer comércio e de autoridade secular, e cuja aplicação foi posteriormente cobrada pelo Marquês de Pombal na tentativa de minimizar o poderio dos jesuítas[5].
Para Pombal, a Companhia constituía-se num obstáculo à condução da sua política de reformas. Subjugada a nobreza com o Processo dos Távoras e setores do povo com a repressão ao motim do Porto (Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro), adivinhava-se uma perseguição ao clero.
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