Porque as guerras de reconquista foram decisivas para a formação do Estado espanho?
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O debate sobre a chamada Reconquista não chegou ainda a conclusões universalmente aceites. A visão tradicional, de raiz mitológica, julga que o processo começa com Dom Pelayo nas Astúrias (s. VIII). A contemporânea questiona a ideia mesma de Reconquista e afirma que não existe como tal (para alguns autores é simplesmente propaganda nacionalista espanhola moderna e na época medieval não existia maior rivalidade entre reinos cristãos e muçulmãos que nos seus ámbitos interiores) até ao século XI ou XII, quando a política expansiva de Aragão, Portugal e o reino da Galiza-Leão e depois Castela) se dirige com claridade e insistência cara ao Sul.
En qualquer caso é um facto que a ampliação das fronteiras significa despraçar os poderes vinculados ao mundo árabe, chamem-se Califato de Córdoba ou Reinos de Taifas. Os reinos citados arriba completam a sua vocação imperial no interior da Península atingindo, respetivamente, o Atlântico Sul e o Mediterrâneo Ocidental. Os últimos mouriscos são varridos de Granada no final do XV.
Mas não devemos esquecer que se trata de um projeto político intransigente que monstrou a sua toxicidade política nos séculos que estavam por chegar. Castela/Aragão (o que já no XVI será Imperio Español) fundamentou-se, trás a Reconquista, em conceitos duma pretensa pureza: uma só língua (castelhano), esmagando o galego, o basco e outras depois; uma só religião (o cristianismo), o que significou também a expulsão dos judeus e uma só raça (os "castelhanos viejos", nunca "contaminados" por sangue árabe ou judaica). A Espanha perdeu aí os melhores engenheiros agrícolas e os melhores bancos que ocuparan o território peninsular desde a época romana.
Ainda hoje os problemas de articulação política da Espanha (p. ex. com a Catalunha, mas não só) são consequência muito direta desse projeto intolerante e radicalmente castelhanista.
En qualquer caso é um facto que a ampliação das fronteiras significa despraçar os poderes vinculados ao mundo árabe, chamem-se Califato de Córdoba ou Reinos de Taifas. Os reinos citados arriba completam a sua vocação imperial no interior da Península atingindo, respetivamente, o Atlântico Sul e o Mediterrâneo Ocidental. Os últimos mouriscos são varridos de Granada no final do XV.
Mas não devemos esquecer que se trata de um projeto político intransigente que monstrou a sua toxicidade política nos séculos que estavam por chegar. Castela/Aragão (o que já no XVI será Imperio Español) fundamentou-se, trás a Reconquista, em conceitos duma pretensa pureza: uma só língua (castelhano), esmagando o galego, o basco e outras depois; uma só religião (o cristianismo), o que significou também a expulsão dos judeus e uma só raça (os "castelhanos viejos", nunca "contaminados" por sangue árabe ou judaica). A Espanha perdeu aí os melhores engenheiros agrícolas e os melhores bancos que ocuparan o território peninsular desde a época romana.
Ainda hoje os problemas de articulação política da Espanha (p. ex. com a Catalunha, mas não só) são consequência muito direta desse projeto intolerante e radicalmente castelhanista.
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