Administração, perguntado por ketlenbarbara88, 10 meses atrás

porque alguns historiadores afirmam que a Inglaterra foi responsável pela guerra ?​

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Respondido por hyungwonchae90
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A Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918, foi considerada por muitos de seus contemporâneos como a mais terrível das guerras. Por este motivo, tornou-se conhecida durante muito tempo como “A Grande Guerra”. Para se compreender os motivos de ter sido uma guerra tão longa e de proporções catastróficas é necessário relembrar alguns aspectos do cenário político e econômico mundial das últimas décadas do século XIX.

Na segunda metade do século XIX, a junção entre capitalismo financeiro e capitalismo industrial proporcionou a integração econômica mundial, favorecendo assim, principalmente, as nações que haviam começado seu processo de industrialização. Essas mesmas nações expandiram significativamente seu território em direção a outros continentes, sobretudo ao Asiático, ao Africano e à Oceania. A Inglaterra, por exemplo, integrou grandes países ao seu Império, como a Índia e a Austrália. Todo esse processo é conceitualmente tratado pelos historiadores como Imperialismo e Neocolonialismo. Nesse cenário se desencadearam os principais problemas que culminaram no conflito mundial.

No início da década de 1870, a Alemanha promovia sua unificação com a Prússia e, ao mesmo tempo, enfrentava a França naquela que ficou conhecida como Guerra Franco-Prussiana. Ao vencer a França, a Alemanha possou a ter posse sobre uma região rica em minério de ferro, que foi importantíssima para o desenvolvimento de sua indústria, incluindo a indústria bélica. Tratava-se da região de Alsácia e Lorena. A França, na década posterior à guerra contra a Alemanha, desenvolveu um forte sentimento de revanche, o que provocava uma enorme tensão na fronteira entre os dois países. A tensão se agravou quando Otto Von Bismarck, o líder da unificação alemã, estabeleceu uma aliança com a Áustria-Hungria e com a Itália, que ficou conhecida como Tríplice Aliança. Essa aliança estabelecia tanto acordos comerciais e financeiros quanto acordos militares.

A França, que se via progressivamente ameaçada pela influência que era estabelecida pela Alemanha, passou a firmar acordos, do mesmo gênero da Tríplice Aliança, com o Império Russo, czarista, em 1894. A Inglaterra, que era um dos maiores impérios da época e também se resguardava do avanço alemão e temia sofrer perdas de território e bloqueios econômicos, acabou se aliando à França e à Rússia, formando assim a Tríplice Entente.

A tensão entre as duas alianças se tornou crescente, especificamente em algumas regiões, como a península balcânica. Na região dos Balcãs, dois grandes impérios lutavam para impor um domínio de matiz nacionalista: o Austro-Húngaro e o Russo. A Rússia procurava expandir sua ideologia nacionalista eslava (conhecida como Pan-eslavismo) e apoiava a criação, nos Balcãs, do estado da Grande Sérvia, enquanto que a Áustria-Hungria se aproveitava da fragilidade do Império Turco-Otomano (que dominou esta região durante muito tempo) e procurava, com a ajuda da Alemanha, estabelecer um controle na mesma região, valendo-se também de uma ideologia nacionalista (conhecida como Pangermanismo). No ano de 1908, a região da Bósnia-Herzegovina foi anexada pela Áustria-Hungria, o que dificultou a criação da “Grande Sérvia”. Além disso, a Alemanha tinha interesses comerciais no Oriente Médio, em especial no Golfo Pérsico, e pretendia construir uma ferrovia de Berlim a Bagdá, passando pela península balcânica.

O estopim para o conflito entre as duas grandes forças que se concentravam na região dos Balçãs veio com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, por um militante da organização terrorista Mão Negra, de viés nacionalista eslavo. O assassinato do arquiduque ocorreu em 28 de janeiro de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia. Francisco Ferdinando tinha ido a Sarajevo com a proposta da criação de uma monarquia tríplice para região, que seria governada por austríacos, húngaros e eslavos. Sua morte acirrou os ânimos nacionalistas e conduziu as alianças das principais potências europeias à guerra.

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