História, perguntado por juliabrito06, 11 meses atrás

porque a revolução russa - que seria uma alternativa ao capitalismo - fracassou?

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Respondido por missredfoxy
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A alternativa ao capitalismo seria o socialismo.

O socialismo soviético fracassou não somente por culpa do stalinismo, mas também pela sua própria natureza. Não que o stalinismo seja uma continuação lógica do bolchevismo, não é isso que afirmo, mas sem sombra de dúvidas essa aberração surgiu por culpa da natureza autoritária e burocrática do modelo bolchevique. Por exemplo, o principal opositor de Stalin no Partido Comunista da Rússia (bolchevique), o revolucionário Leon Trotsky, defendia as mesmas políticas que Stalin adotou em 1929, ou seja, a militarização do trabalho e a estatização dos sindicatos, assim como a industrialização acelerada baseada na expropriação do campesinato. 

E foi essa política que gerou o totalitarismo stalinista. Os bolcheviques já haviam tentado impor o socialismo por decreto logo após a vitória da revolução, quando foi adotado o "comunismo de guerra", cujo resultado foi o rompimento da aliança operário-camponesa, a burocratização do Estado e a fome, que gerou revoltas sufocadas violentamente pela policia política(Cheka) e pelo Exército Vermelho.

Após a revolução, foi implantada a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP (Nova Política Econômica). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS. Milhares de opositores foram perseguidos, presos e assassinados pelo governo. Triste situação que perdurou durante toda a história da União Soviética.

Houve ainda um fatídico episódio ocorrido em 26 de abril de 1986: o acidente com o reator atômico da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que rendeu ao governo de Gorbachev transtornos incalculáveis, além de revelar ao mundo a obsolescência tecnológica soviética. As dificuldades em conter o vazamento nuclear deixaram o continente europeu alarmado, o que gerou a necessidade de ajuda externa, do Ocidente, para resolver o problema.

É importante ressaltar também que, ao mesmo tempo em que fazia tais reformas e enfrentava tais problemas, Gorbachev era pressionado por dois setores das esferas de poder da URSS: o setor da “linha-dura”, comandado por ValentinPavlov, e o setor considerado liberalizante e progressista, comandado por BorisYeltsin. Pavlov exigia de Gorbachev uma postura geopolítica mais dura e a manutenção do poder centralizado em torno dos burocratas do partido comunista soviético. Por outro lado, Yeltsin defendia a abertura da URSS para a influência das democracias ocidentais e para a economia de mercado.

Em meio a todo esse clima de pressão, houve a primeira eleição para deputados não comunistas no Congresso Soviético. As medidas adotadas por Gorbachev levaram aqueles menos abertos para as transformações, representados por Pavlov, a uma tentativa de golpe contra Gorbachev em 18 de agosto de 1991. Gorbachev foi preso, o que gerou uma revolta popular e um movimento de resistência liderado por Boris Yeltsin. Os golpistas tiveram de ceder à pressão, libertando Gorbachev, que voltou ao poder, mas renunciou ao cargo de secretário-geral do partido, mas permaneceu ainda ocupando a função de presidente da União Soviética. Em decorrência do golpe, muitos dos países ligados à URSS começaram a declarar a sua independência, o que provocou uma rápida desintegração do Império Soviético.

Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev finalmente renunciou também ao cargo de presidente, reconhecendo, assim, o fracasso de suas reformas e o colapso da União Soviética. A partir de então, foi formada, entre ex-integrantes das repúblicas soviéticas, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que implantou o modelo de representação política de acordo com a sua realidade.

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