Porque a igreja adotou a venda de indulgências?
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As indulgências definitivamente haviam se tornado uma fonte de lucro fácil para a Igreja de Roma. No início ainda se exigia algo de arrependimento por parte de quem adquiria indulgência, mas depois até isso foi esquecido. O dinheiro passou a comprar tudo – até um lugarzinho no Céu. “O vendedor de indulgências, nos seus reclamos e pregações, passou a insistir cada vez mais na necessidade da contribuição com dinheiro”.
A venda de indulgências em si era ainda mais antiga que a bula do papa Clemente VI. Quando o cardeal Pedro Damião (1007-1072) impôs uma penitência de 100 anos ao arcebispo de Milão por causa de simonia, “ele indicou ao mesmo tempo quanto dinheiro seria necessário para comutar cada ano de penitência”. Já no final da Idade Média (século XV), a venda de indulgências havia se tornado “um instrumento do qual se abusava para exercer o controle social pelo clero e aumentar receitas”. A prática aumentou ainda mais depois 1476, quando o então papa Sisto IV anunciou que a compra de indulgências poderia “diminuir o tempo de um pecador no purgatório, o lugar de punição onde, segundo a doutrina católica, os mortos expiam seus pecados”.