porque a dança hip hop tornou-se tao popular
Soluções para a tarefa
Hip Hop é uma cultura de rua, uma forma de arte e de atitude que conquistou o mundo. É um estilo de vida, de se afirmar como sujeito social, de demarcar um território, valorizar uma identidade cultural e ocupar espaços públicos. O movimento que faz arte como forma de protesto social, mistura o novo e antigo, o popular e o erudito, a poesia e a paródia, e inventou o Rap (Rithm and Poetry).
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Para começar, podemos dizer que o movimento Hip Hop é uma cultura popular, uma forma de arte e de atitude. Um estilo de vida que influencia o mundo inteiro. Uma construção coletiva de valorização de identidades, de conquista de espaço público, social e político. O movimento expressa tudo isso através da arte: congrega música, discursos/poesia, dança e grafite. É uma manifestação cultural e artística híbrida, contemporânea, espelho dos nossos tempos.
O Hip Hop, como movimento social, político e cultural aglutina sujeitos políticos contemporâneos que reivindicam o sentido de suas experiências em práticas específicas de atribuição de significado. Estes sujeitos estão dispostos a assumirem o seu próprio descentramento, os locais onde atuam, o caráter imediato de sua ação; a palavra, o corpo e a mente, para expressarem sua identidade, sua visão de mundo, suas diferenças e similitudes.
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A performance do Hip Hop mistura, em níveis sucessivos, gêneros que para a cultura ocidental seriam diferentes e separados (música, poesia, dança, pintura). O diferencial é a interpretação, a fusão de todos esses elementos que faz dela uma forma artística que não seria equivalente à soma dos elementos separados. Para compreender a multidimensionalidade da performance, é necessário fazê-lo em seu contexto social. Neste caso marginal, cheio de problemas sociais, educacionais e de exclusão social. Este contexto social é o que dá sentido à performance.
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Cultura popular e erudita
Toda cultura é resultado de uma seleção e de uma combinação, sempre renovada, de suas fontes. Dito de outra forma: é produto de uma encenação, na qual se exclui e se adapta o que vai representando, de acordo com o que os receptores podem escutar, ver e compreender.
As representações desde os relatos populares até os museus, nunca apresentam os fatos, nem cotidianos nem transcendentais; são sempre re-apresentações, teatro, simulacro. Os fenômenos culturais folclóricos ou tradicionais são hoje o produto multideterminado de agentes populares e hegemônicos, rurais e urbanos, locais, nacionais e transnacionais.
Por extensão, é possível pensar que o popular é constítuido por processos híbridos e complexos, usando como signos de identificação elementos procedentes de diversas classes e nações. O Hip Hop é um representante deste produto cultural dito popular, mas que tem interseções com a cultura erudita, feito de elementos modernos e dinâmicos que se apropriam continuamente do passado e do presente.
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Rap é ritmo e poesia
Dentro do Hip Hop, o rap é a junção do MC, que canta de forma falada, e do DJ, que adiciona o ritmo entrecortado dos discos à música. Entende-se assim o porquê de se dizer que o Hip Hop se encontra sobre quatro bases. A arte do DJ e a do MC surgiram como dois elementos separados, que se complementam.
A sua evolução aconteceu simultaneamente, mas em paralelo, cada um desenvolvendo os seus próprios recursos. Assim aparece um estilo que é a essência da música, o ritmo, junto da essência da alma, a poesia. Rhythm and Poetry (Ritmo e Poesia) é o rap.
Embora o rap seja a música mais destacada do movimento, existem outros ritmos identificados com a cultura, como o soul e o funk. Em suas composições, os rappers fazem uso de expressões espirituosas, de sutilezas linguísticas, intertextualidades, do discurso indireto e da paródia, entre outros.
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Há uma variedade de estilos diferentes, formas mais comerciais, mais intelectualizadas ou mais politizadas. O rap tem uma tendência mais para a apropriação reciclada do que para uma criação original. Os artifícios de montagem, mixagem e arranhões dão ao rap uma variedade de formas de empréstimos tão imaginativas quanto às usadas pelas belas-artes. Além do orgulho de seu talento em apropriar-se de fontes diversas, misteriosas e escondidas, os Djs e MCs exaltam esse método.
A estética do rap é misturar, experimentar e criar novos sons. Sugere, assim, a mensagem de John Dewey, segundo ao qual a arte é experiência, é mais um processo do que um produto acabado. A partir dessa visão, não há originais intocáveis, definitivos, mas apenas apropriações e simulacros de simulacros, permitindo que a energia criativa seja liberada.