Porque a água sofre um desvio mágico ao ser substituída por tetracloreto de carbono? No universo paralelo, o tetracloreto de carbono sofreria ou não o mesmo desvio?
Soluções para a tarefa
Explicação:
A maioria absoluta dos químicos sabe de imediato responder o que fazer com os elementos químicos. Conhecem de cor os seus símbolos, sabem de cabeça o seu número atômico, sua massa, algumas densidades. São hábeis em misturar seus compostos sob diferentes condições para crias moléculas e dar uma utilidade nobre ao composto formado. A final, os átomos são a matéria prima da Química. Mas, de onde essas unidades fundamentais vieram? Como os elementos químicos se formaram? Essa é uma pergunta não muito comum, ou mesmo necessária, nas rodas de conversa dos químicos em geral. Afinal, quando colonizamos esse mundo, todos os elementos químicos naturais já estavam aqui e, com certeza, ainda estarão por aqui por muito tempo após a nossa partida.
Para começar a responder à pergunta que dá título a esse texto, é importante, primeiramente, quantificar esses elementos. Sabemos que na Terra encontramos, em maior ou menor quantidade, 90 elementos químicos representados na Tabela Periódica, do hidrogênio ao urânio, pulando o Tecnécio e o Promécio que não existem naturalmente por aqui, mas que já foram detectados em estrelas. Os outros elementos, chamados de transurânicos, são obtidos artificialmente nos aceleradores de partícula. Apesar desses 90 elementos formarem todo o arcabouço do nosso planeta e mesmo dos nosso organismo, eles não foram criados na Terra.
Seria interessante, então, saber como esses elementos estão distribuídos fora do nosso planeta. O Modelo Cosmológico Padrão nos diz que o Universo é formado por 68,3% de energia escura (energia que ainda não se transformou em matéria – E=mc2 – mas que é muito pouco conhecida), 26,8% da sua estrutura é composta por matéria escura fria (matéria identificável pela sua gravidade, mas que não é visível, uma vez que não emite luz) e 4,9% de matéria bariônica, que é a matéria composta por prótons, nêutrons e elétrons, ou seja, os átomos dos nossos elementos químicos.
Por sua vez, esses 4,9% de matéria bariônica estão assim distribuídos: hidrogênio e hélio gasoso oriundos da formação primordial do Universo, 4%; hidrogênio se transformando em hélio nos núcleos das estrelas, 0,5%; neutrinos, 0,3%; os demais 88 elementos naturais mais pesados que o hélio representam apenas 0,1% da composição do Universo. É pouco, muito pouco, mas, considerando que esses elementos se concentram em nuvens que, ao cabo, irão dar origem aos planetas, incluído aí a Terra, esse 0,1% é de importância fundamental!
Todo esse processo de formação teve um início em um momento único e singular, chamado Big Bang. A proposta do modelo do Big Bang é de um padre, matemático, filósofo e astrônomo belga chamado Georges Lemaître. Esse modelo propõe que, num determinado momento zero, toda a massa que compõe o nosso Universo estava concentrada em um único ponto de volume desprezível e de densidade máxima. As quatro forças que regem as interações do Universo – eletromagnetismo, gravidade e as forças nuclear forte e fraca, responsáveis pela estabilidade do núcleo dos átomos – estavam unidas. Nesse momento inicial, a temperatura atingiu a colossal marca de 1032 K.