por uma outra globalizaçao resumo
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"A globalização atual não é irreversível"
Na década de 90, quando o geógrafo Milton Santos, um dos mais aclamados do mundo, publicou "Por uma outra globalização", o Brasil vivia um momento de quase tragédia social sob a era das privatizações das nossas estatais. A ideia de que a gestão pública era um obstáculo para o desenvolvimento ganhou força com propagandas neoliberais apoiadas pelas grandes empresas internacionais. Era o fenômeno da globalização abrindo um sorriso no rosto dos países de Primeiro Mundo, na época assim denominados, enquanto as nações que se espremiam nos degraus de baixo, tentando subir, eram esmagadas pelos interesses dos poderosos. A história nos conta uma versão mais rigorosa das relações que os países ricos tiveram com os pobres: séculos de colonização, de intervenções militares e uso da força bruta, imperialismo em regiões da África, Ásia e Oriente Médio, tudo isso contribuiu com o sucesso de alguns países à custa do fracasso de outros.
Diante das promessas de riqueza e prosperidade feitas pelas novas ideologias capitalistas de “livre-mercado”, a globalização revelou-se como um risco para o bem-estar da sociedade. Uma outra globalização poderia substituir a atual, que, segundo Milton Santos, não passava de uma farsa, ou melhor, uma fábula. Existe uma enorme diferença entre “o mundo como ele é”, “o mundo tal como nos dizem que ele é” e, por fim, “o mundo como ele pode ser”. Para chegarmos a esta terceira categoria, precisamos superar as duas primeiras, ambas resultado de uma geração construída em benefício do poder privado, dos investidores e das elites financeiras. Milton Santos apresenta um dos aspectos marcantes desta nova transição da sociedade moderna: a internacionalização das relações políticas e econômicas, a mais-valia universal, a velocidade da informação e a inovação das técnicas científicas a serviço dos protagonistas do capitalismo industrial.
“Ao surgir uma nova família de técnicas, as outras não desaparecem. Continuam existindo, mas o novo conjunto de instrumentos passa a ser usado pelos novos atores hegemônicos, enquanto os não hegemônicos continuam utilizando conjuntos menos atuais e menos poderosos.”
A concorrência básica e honesta deu lugar a uma competitividade destrutiva que só produz instabilidades e crises em todos os lugares, e esse espírito competitivo desenfreado impossibilita que os indivíduos estabeleçam entre si uma relação mais harmoniosa. Em vez de utilizarmos a nossa condição tecnológica para beneficiar todos os países mutuamente, permitimos que todos os recursos que poderiam ser usados para o bem sejam usados para o mal. Tirou-se a cooperação de foco para dar lugar a uma nova racionalidade dominante “que comanda os grandes negócios cada vez mais abrangentes e mais concentrados em poucas mãos”, e que são “de interesse direto de um número cada vez menor de pessoas e empresas”.
Sem perder o enfoque global, Milton Santos nos conduz a outro fenômeno que tem raízes no “milagre econômico” da ditadura militar que, por duas décadas marcadas pela censura e perseguição política, governou o Brasil. Trata-se da classe média, ou "burguesia operária", que foi generosamente favorecida pelo processo de diversificação do emprego nas novas áreas em desenvolvimento urbano do país. A classe média conseguiu desfrutar de sua nova ascensão econômica, mas foi prejudicada pela falta de conscientização política, que os tornaram mais apegados ao consumismo e à propriedade do que à cidadania e responsabilidade social: "o modelo econômico importava mais que o modelo cívico." Embora eu concorde com a breve análise que Milton Santos faz sobre a classe média, não posso deixar de fazer uma objeção. No início do livro, o autor afirma que a globalização é responsável pelos altos índices de desemprego no mundo e, mais adiante, ao se referir à classe média, ele atribui a abertura de novos empregos ao processo globalizante do mundo... Ou bem a globalização causa desemprego ou não. Seja como for, posso discordar do modelo de globalização atual, mas é controverso dizer que a taxa de desemprego subiu desde o período pós-Segunda Guerra...
Se fizermos uma análise atual do mundo, das instituições e governos que atuam em dimensões globais, descobriremos que uma nova globalização talvez seja necessária. Não sabemos como poderemos obtê-la, mas temos de estar prontos para projetá-la, primeiro como uma utopia e depois como uma meta. Milton Santos fez a sua ilustre contribuição intelectual, cabe a nós darmos o primeiro passo...
espero ajudar
Na década de 90, quando o geógrafo Milton Santos, um dos mais aclamados do mundo, publicou "Por uma outra globalização", o Brasil vivia um momento de quase tragédia social sob a era das privatizações das nossas estatais. A ideia de que a gestão pública era um obstáculo para o desenvolvimento ganhou força com propagandas neoliberais apoiadas pelas grandes empresas internacionais. Era o fenômeno da globalização abrindo um sorriso no rosto dos países de Primeiro Mundo, na época assim denominados, enquanto as nações que se espremiam nos degraus de baixo, tentando subir, eram esmagadas pelos interesses dos poderosos. A história nos conta uma versão mais rigorosa das relações que os países ricos tiveram com os pobres: séculos de colonização, de intervenções militares e uso da força bruta, imperialismo em regiões da África, Ásia e Oriente Médio, tudo isso contribuiu com o sucesso de alguns países à custa do fracasso de outros.
Diante das promessas de riqueza e prosperidade feitas pelas novas ideologias capitalistas de “livre-mercado”, a globalização revelou-se como um risco para o bem-estar da sociedade. Uma outra globalização poderia substituir a atual, que, segundo Milton Santos, não passava de uma farsa, ou melhor, uma fábula. Existe uma enorme diferença entre “o mundo como ele é”, “o mundo tal como nos dizem que ele é” e, por fim, “o mundo como ele pode ser”. Para chegarmos a esta terceira categoria, precisamos superar as duas primeiras, ambas resultado de uma geração construída em benefício do poder privado, dos investidores e das elites financeiras. Milton Santos apresenta um dos aspectos marcantes desta nova transição da sociedade moderna: a internacionalização das relações políticas e econômicas, a mais-valia universal, a velocidade da informação e a inovação das técnicas científicas a serviço dos protagonistas do capitalismo industrial.
“Ao surgir uma nova família de técnicas, as outras não desaparecem. Continuam existindo, mas o novo conjunto de instrumentos passa a ser usado pelos novos atores hegemônicos, enquanto os não hegemônicos continuam utilizando conjuntos menos atuais e menos poderosos.”
A concorrência básica e honesta deu lugar a uma competitividade destrutiva que só produz instabilidades e crises em todos os lugares, e esse espírito competitivo desenfreado impossibilita que os indivíduos estabeleçam entre si uma relação mais harmoniosa. Em vez de utilizarmos a nossa condição tecnológica para beneficiar todos os países mutuamente, permitimos que todos os recursos que poderiam ser usados para o bem sejam usados para o mal. Tirou-se a cooperação de foco para dar lugar a uma nova racionalidade dominante “que comanda os grandes negócios cada vez mais abrangentes e mais concentrados em poucas mãos”, e que são “de interesse direto de um número cada vez menor de pessoas e empresas”.
Sem perder o enfoque global, Milton Santos nos conduz a outro fenômeno que tem raízes no “milagre econômico” da ditadura militar que, por duas décadas marcadas pela censura e perseguição política, governou o Brasil. Trata-se da classe média, ou "burguesia operária", que foi generosamente favorecida pelo processo de diversificação do emprego nas novas áreas em desenvolvimento urbano do país. A classe média conseguiu desfrutar de sua nova ascensão econômica, mas foi prejudicada pela falta de conscientização política, que os tornaram mais apegados ao consumismo e à propriedade do que à cidadania e responsabilidade social: "o modelo econômico importava mais que o modelo cívico." Embora eu concorde com a breve análise que Milton Santos faz sobre a classe média, não posso deixar de fazer uma objeção. No início do livro, o autor afirma que a globalização é responsável pelos altos índices de desemprego no mundo e, mais adiante, ao se referir à classe média, ele atribui a abertura de novos empregos ao processo globalizante do mundo... Ou bem a globalização causa desemprego ou não. Seja como for, posso discordar do modelo de globalização atual, mas é controverso dizer que a taxa de desemprego subiu desde o período pós-Segunda Guerra...
Se fizermos uma análise atual do mundo, das instituições e governos que atuam em dimensões globais, descobriremos que uma nova globalização talvez seja necessária. Não sabemos como poderemos obtê-la, mas temos de estar prontos para projetá-la, primeiro como uma utopia e depois como uma meta. Milton Santos fez a sua ilustre contribuição intelectual, cabe a nós darmos o primeiro passo...
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A outra Globalização está relacionada à distribuição de capitais e bens de forma universal. Nesse sentido, é correto afirmar que a atual Globalização é bastante desigual e não gera benefícios socieconômicos para todas as nações.
O atual Processo de Globalização
O processo de Globalização é bastante desigual e isso fica claro a partir do seguinte fato: apenas as grandes potências econômicas possuem grandes reservas de capitais (para cobrir emergências) e tecnologia produtiva disponíveis.
Portanto, é correto afirmar que os países não possuem os mesmos níveis socioeconômicos.
Aprenda mais sobre o tema Globalização em:
https://brainly.com.br/tarefa/2497443
Espero ter contribuído!
#SPJ2
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