Por que stern afirmou que em Auschwitz o homem deixava de ser homem?
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Resposta:
não entendi tem ft???
Explicação:
coloca a ft se tiver
homem deixa de ser homem'
A perda da mãe marcou Stern profundamente, e a tristeza superava as dores físicas do campo de concentração.
"Ela faz falta. Me lembro cada vestido dela. Incrível como tenho a cara dela na minha cabeça. Ela era minha maior amiga. Usei ela tão pouquinho", diz à equipe da BBC.
Aos 14 anos, de porte atlético por conta de esportes como o remo e a natação, o adolescente foi poupado do extermínio na câmara de gás para ser usado no trabalho forçado no campo. O processo de desumanização também foi rápido.
"Uma mesma bacia de noite é penico e de dia é o prato em que você come. E você come como cachorro. Não tem garfo, faca, colher", lembra.
"Você tem eczema, sarna. A comida te causa uma eterna diarreia, o que, aliás, é uma (das causas) que mais matavam as pessoas. No inverno, abaixo de 22, 24, 26 graus, quando você está 'vazando', você até gosta porque é quentinho. E você não tem como tomar banho depois disso. Você aceita a sujeira, a imundície. E você perde a condição de ser humano. Devora qualquer casquinha de batata. Só o que pensa é na fome. Você vira um zumbi."
Quando o cerco internacional se fechava em Auschwitz, com notícias da aproximação de tropas russas, os alemães nazistas começaram a retirar a maior parte dos prisioneiros do local. Muitos foram enviados para as chamadas "Marchas da Morte" em que pessoas de todas as idades eram obrigadas a andar por quilômetros em meio ao rigoroso inverso. Milhares morreram a poucas semanas da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial.
Stern foi um dos transportados, primeiro a Varsóvia (capital da Polônia, na época sob ocupação nazista), para recolher tijolos das ruínas dos bombardeios de guerra, e, depois, ao campo de concentração de Dachau, no sul da Alemanha, onde chegou a fazer trabalhos forçados para a indústria bélica alemã de aviões Messerschmitt e bombas V1.
Até que, no final de abril de 1945, o campo foi libertado pelo Exército dos EUA. Em 1º de maio, depois de quase um ano e meio sob poder dos nazistas, Stern estava livre.
"A guerra terminou e eu sobrevivi. Estava vivo. Pesava 28 quilos, mas estava vivo. (...) Perguntei a mim mesmo: 'o que quero da vida? Onde estarei daqui a 5, 10, 20 anos?'".
"Decidi o seguinte: 'quero um par de sapatos em que não entre água e me aqueça no inverno; uma roupa isenta de qualquer bicho e que me cubra no inverno, um paletó com bolso e um relógio que eu possa olhar e dizer: 'vou comer esse pão amanhã às 14h e vou resistir, porque não estarei passando fome'. Podendo me movimentar da esquerda para a direita, vou ser o homem mais feliz do mundo'", conta.
"Isso passa, e você fica cheio de frescura", brinca. "'O sapato tem que ser de cromo alemão', 'O terno tem de ser de casimira inglesa' (Mas) eu não esqueci. Tudo isso para mim era um presente extra. Cada dia que eu vivo é uma sobremesa. Talvez isso explique essa intensidade de querer viver e que os outros vivam. Tenho o máximo respeito pela vida."
De volta à Hungria de seus parentes, Stern concluiu seus estudos e entrou em uma faculdade de engenharia, mas diz que começou a "sentir saudades do desconhecido".
Era hora de voltar para sua terra natal: o Brasil.
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