Português, perguntado por amandaamanda29284, 11 meses atrás

Por que somente as políticas compensatórias não dão conta de solucionar a discriminação contra a população negra e demais minorias, no Brasil ?me ajudam​

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Respondido por isidorio
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Há vários fatores, dentre eles estão a desigualdade social (relacionado à pobreza) e o racismo estrutural. No Brasil, a classe média somada às elites compreende apenas 20% da população, o que quer dizer que 80% da população brasileira é composta pelas classes populares (C,D e E). Esta classe popular é formada tanto por brancos, quanto por negros, indígenas, pardos (pessoas descendentes de branco+índio, ou banco+negro ou negro+ índio) e outros grupos. A maioria da população negra no Brasil (afrodescendentes), desconsiderando os pardos porque nem todo pardo é afrodescendente (negro), estão nas camadas mais pobres da sociedade e devido a nossa desigualdade social (financeira) extrema poucas pessoas têm acesso aos recursos que as possibilitem melhorar suas condições de vida. Por exemplo, somando as faculdades particulares junto com as públicas elas conseguem atender apenas 15% das pessoas no Brasil. Isso quer dizer que de toda a população brasileira, apenas 15% consegue concluir o ensino superior enquanto nos EUA esta porcentagem é entorno de 45% e na Rússia, 90%. Além disso, uma pequena parcela da população brasileira pode arcar com o ensino privado. Outra questão é o racismo em nossa sociedade que tende a anular pretos, pardos e índios. As políticas compensatórias buscam corrigir essa disparidade social facilitando o ingresso destas pessoas no ensino de melhor qualidade, cargos públicos etc, e assim, aumentar a representação destes grupos em vários locais. Entretanto, na prática, essa política no Brasil funciona mais como um "cala boca" porque o que ela faz é criar uma solução paliativa para o problema, ao invés de resolvê-lo em sua estrutura que gira em torno da desigualdade social e do acesso desigual à educação e outros recursos. Então, na prática, o que as políticas compensatórias no Brasil fazem é "beneficiar uma pequena parcela" da população ou mesmo destas minorias, enquanto a grande maioria ficará fora pois o Estado (nação) não promove melhorias nos serviços básicos direcionado às camadas populares.  Por exemplo, de que adianta discutir cotas raciais para entrar na faculdade se a grande maioria dos negros não estão conseguindo nem terminar o ensino médio? Uma grande parte da camada popular brasileira não possui recursos financeiros para arcar com os custos de um ensino privado e, assim, ficam à mercê do ensino público brasileiro. Muitos abandonam os estudos em algum estágio por verem-se obrigados a trabalhar para complementar a renda da família, enquanto os que conseguem terminar o ensino médio devem disputar com milhares de candidatos para uma vaga no ensino superior (que só atende 15% da população).                                                                                                            

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