Biologia, perguntado por maianabastos03, 1 ano atrás

Por que são usadas amostra de urina e de sangue para a detecção de substâncias dopantes.

Soluções para a tarefa

Respondido por rozielvaz
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Resposta:

As amostras de sangue e urina são atualmente utilizadas para análise de

substâncias proibidas no esporte, principalmente devido à vasta literatura científica disponível, facilidade de correlação com a biodisponibilidade (sendo bons modelos

quantitativos) e capacidade de detectar ampla gama de analitos (THIEME., 2012).

No entanto, seu uso possui limitações. A coleta de sangue é considerada um

método invasivo e, apesar de ser a matriz preferencial na identificação da

concentração dos xenobióticos, devido à sua correlação direta com a

biodisponibilidade das substâncias, o sangue possui alto custo de armazenagem e

transporte no pré-analítico, devendo-se atentar à escolha do anticoagulante

(influencia no tempo de conservação da amostra), material dos recipientes e o uso

de conservantes ou diluentes, para que não contribuam para a variabilidade

analítica (MOREAU et al., 2016).

A urina é amplamente utilizada no controle de doping no esporte, devido à

facilidade de coleta, grande volume de amostra e boa correlação com a

biodisponibilidade do xenobiótico. No entanto, a quantidade de substância

biotransformada e a capacidade de filtração glomerular influenciam na capacidade

de detecção das substâncias, principalmente as de alto peso molecular (THIEME

et al., 2012). Além disso, a urianálise gera muitos resultados ambíguos, como

falsos-positivos devido à ingestão desconhecida, principalmente em suplementos

que adicionam substâncias dopantes para aumentar a performance do produto, e

falsos-negativos devido à interrupção do uso das substâncias proibidas antes da

competição (DESHMUKH et al., 2010)

Neste contexto, o uso de matrizes alternativas pode ser a solução para

complementar a análise de doping, considerando que possuem propriedades

bastante diversas das amostras de sangue e urina. Por exemplo, as amostras de

sangue seco, ou DBS (do inglês dried blood spots, gotas de sangue seco em

papel de filtro) apresentam grandes vantagens, como a custo-efetividade,

correlação direta com a biodisponibilidade, robustez e facilidade de

armazenamento e transporte (TRETZEL et al., 2015). Comparado à coleta usual

de sangue, o volume de coleta de DBS é cerca de 20 uL de sangue capilar obtido

da ponta do dedo ou da orelha, o que representa uma coleta menos invasiva, mas

com as mesmas vantagens da análise do sangue intravenoso (TRETZEL et al.,

2015).

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