História, perguntado por williansarguilar10, 7 meses atrás

– Por que os jesuítas foram expulsos do império português e depois do espanhol ?
Quando puderam retornar ao Brasil?
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Respondido por arthu006
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O quadro político da Europa neste período foi marcado por regimes monárquicos absolutistas, cujas práticas eram contestadas pelas ideias do iluminismo. Nesse cenário tinha lugar o chamado despotismo esclarecido, personificado em Portugal pela figura do Marquês de Pombal.

Como exemplo dessas práticas, eram correntes no país o Regalismo e o Beneplácito Régio. O primeiro manifestava-se na intervenção direta do Estado em matéria religiosa[1] e na diminuição dos poderes do Papa. A influência das ideias jansenistas e anglicanas era notória, trazidas pela influência do absolutismo francês e das tendências anti-romanas manifestadas por alguns setores do clero. O Beneplácito Régio, enquanto demonstração do Regalismo, está relacionado, em Portugal, com a supremacia da Secretaria de Estado em relação aos tribunais e instituições papais, cujos documentos (bulas, breves) necessitavam ser submetidos à apreciação do poder régio para a respectiva execução.

É à luz destas duas manifestações iluministas reinantes na política religiosa portuguesa, num ambiente de rivalidade entre jesuítas e oratorianos no interior da Igreja Católica[2] ao tempo do Marquês de Pombal, que se registra a perseguição e expulsão da Companhia de Jesus do país, congregação religiosa com grande ascendência, a todos os níveis, principalmente após a Restauração da Independência (1640). Com claro domínio das esferas da Corte, das Missões na América e no Oriente, do ensino, da cultura intelectual, a Companhia despertou a desconfianças dos governantes e rivalidades de outras ordens religiosas e do clero secular. Estavam, assim, criadas as condições para a antipatia pombalina para com os religiosos desta Ordem.

A sociedade portuguesa, com todos os ideais iluministas, procurava uma nova cultura, que fosse moderna e protegida por um Estado secular. Não se tratava da supressão completa da Companhia de Jesus, mas de uma abertura para novas formas de pensamento, que fossem boas e positivas.[3] Além disso, havia também a mudança social em relação ao crescimento industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Com a proteção aos indígenas e o acúmulo de bens territoriais nos domínios portugueses, os jesuítas passaram a ser vistos com hostilidade pelo Estado, que os encarava como elementos desfavoráveis à economia mercantil.[4]

Em 1741, foram publicadas duas bulas papais que proibiam os missionários do exercício de qualquer comércio e de autoridade secular, e cuja aplicação foi posteriormente cobrada pelo Marquês de Pombal na tentativa de minimizar o poderio dos jesuítas[5].

Para Pombal, a Companhia constituía-se num obstáculo à condução da sua política de reformas. Subjugada a nobreza com o Processo dos Távoras e setores do povo com a repressão ao motim do Porto (Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro), adivinhava-se uma perseguição ao clero.

As questões Jesuítas no Brasil

Na América Portuguesa, o trabalho de campo dos missionários da Companhia de Jesus foi responsável pela expansão dos limites do território colonizado. Contudo, existiam conflitos entre esses missionários e os colonos[6], conflitos esses mais acirrados no Estado do Maranhão. Esse desentendimento entre os Jesuítas e os colonos resultou em vários episódios de conflito dentre os quais se destacam a oposição às manifestações do Padre António Vieira (1608-1697) e a Revolta de Beckman (1684). No século seguinte, outros episódios de conflito ocorreram só que desta vez no sul do Estado do Brasil: a questão dos Sete Povos das Missões e a Guerra Guaranítica (1753-1756).

No norte do Brasil

Na época, a Companhia de Jesus:

Na região correspondente aos atuais estados do Pará e do Maranhão, 155 jesuítas, espalhados por 17 aldeias, dois colégios e um seminário, administravam: mais de 100 mil cabeças de gado na Ilha de Marajó, 25 fazendas de cultivo agrícola e criação de gado, 3 engenhos produtores de açúcar, uma olaria, além da atividade de extração das selvas as "drogas do sertão" (cacau, cravo, canela etc.)[7][8][9][10];

No sul do Piauí e proximidades, administravam a herança deixada, em 1711, por Domingos Afonso Mafrense, que englobava 31 fazendas de gado, três residências com suas roças e 49 sítios arrendados a particulares[11].

Como resultado da expulsão, todos os bens da Companhia de Jesus foram confiscados pelo Império Português.

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