História, perguntado por monicagpbi, 8 meses atrás

Por que o Iluminismo foi tão importante para o desencadeamento da Revolução Francesa?


monicagpbi: Já achei a resposta

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Respondido por AnthonioJorge
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O Iluminismo foi tão importante para a Revolução Francesa pois estimulou a confiança nas ideias de igualdade, independência, racionalismo e liberdade contra a disciplina, a hierarquia, a autoridade e a desigualdade representadas pelo Antigo Regime.

O Iluminismo apostava que uso crítico e construtivo da razão humana geraria o progresso da humanidade ao libertar o mundo da magia, dos dogmas metafísicos, dos preconceitos morais, das superstições religiosas e das desumanas e da tirania política. O agente deste progresso, na França, era a classe burguesa, pronta a substituir a nobreza do Antigo Regime.

O Iluminismo francês emprestava de Kant o famoso lema: "Ousa pensar!" (Sapere aude), símbolo da busca pela autonomia racional e individual sem as amarras da crença e da opinião irrefletida. A tarefa do pensamento, com o Iluminsimo, passa a ser escolher, ordenar, promover e realizar a ordem que se considere necessária. Não se trata mais de contemplar e compreender, como na filosofia clássica, nem, muito menos, relacionar-se com qualquer aresta teológica, como na filosofia medieval.

Pode-se resumir os principais elementos do Iluminismo nos seguintes pontos:

  • cientificismo
  • racionalismo
  • materialismo
  • antirreligiosidade
  • homem como auto-inventor infinito
  • crença na perfectibilidade do futuro

Os nomes mais importantes do Iluminismo francês - e os que mais representaram sua influência na Revolução - são os seguintes:

  • Diderot e D'Alembert, enciclopedistas que introduziram os pensamentos críticos, os ataques à Igreja e às convicções vigentes e, com isso, fizeram da Enciclopédia o veículo máximo das ideias do Iluminismo.
  • Voltaire (Françpis-Marie Arouet 1694-1778) foi o mais famoso de sua época, professava uma atitude incrédula e irônica em relação às religiões.  Crítico de uma visão otimista do mundo tradicionalmente relacionada à Leibniz.
  • Rousseau (1712-1778), o mais importante iluminista francês, tendia ora à teoria do sentimento interior (que influenciaria o romantismo alemão posterior), ora à defesa da absorção total do individuo na vida social por meio do conceito de vontade geral (uma de seus principais legados aos revolucionários). Suas obras "Do Contrato Social" e "Emílio" representam o grosso de sua teoria: o homem nasce bom, a sociedade o corrompe ou, em outras palavras: o homem nasce livre e se encontra acorrentado por toda parte. Rousseau era iluminista porque considerava a razão o instrumento privilegiado para a superação dos males da sociedade. Portanto, não seria a Igreja o órgão de salvação da humanidade, mas sim o Estado que salvaria tanto individual quanto coletivamente a humanidade.
  • Montesquieu (1689-1755) ficou mais famoso pelo seu livro "O Espírito das Leis", inspirado pela observação empírica das instituições políticas inglesas. Na obra, Montesquieu explica a divisão entre três poderes (legislativo, executivo e judiciário) que viria a ser uma base doutrinal liberal para a Constituição de 1791. Lá ele também fala dos três tipos de governo e seus respectivos princípios éticos:
  1. republicano (virtude)
  2. monáqruico (honra)
  3. despótico (medo)

Ironicamente, a Revolução que teoricamente se inicia com imensa confiança na razão como motor para se alcançar uma República virtuosa acabou, após as guilhotinas e o terror de Robespierre, gerando um reino de medo e, posteriormente, um império despótico comandado por Napoleão.

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