Filosofia, perguntado por jpcraft123, 11 meses atrás

Por que Marx se opôs ao idealismo hegeliano?

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Respondido por camillarochadoo1
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Hegel e Marx têm sido relacionados na História da Filosofia pela redução de um ao outro, pela exclusão de um em relação ao outro e ainda pela completitude entre eles.

O que é investigado aqui é precisamente a relação que afirma a complementaridade entre eles. Não se busca anular a diferença que distingue um do outro, mas recuperar a aproximação que a mesma diferença viabiliza.

A mencionada aproximação entre Hegel e Marx é procurada na dialética idealismo-materialismo. Hegel é marcadamente idealista e Marx, por sua vez, materialista, mas até que ponto ambos encontram-se enclausurados em si mesmos e afastados da posição do outro?

Da análise do que Hegel pensava sobre o idealismo e sobre o materialismo e do que Marx pensava sobre o idealismo de Hegel e sobre o materialismo depreende-se que tanto um quanto outro invadem o campo alheio. Se isso não atesta a assunção dos posicionamentos do outro, também não possibilita uma desconsideração cabal do contrário. Em outras palavras, Hegel não evitou o materialismo e o mesmo não fez Marx com o idealismo. O momento da passagem do idealismo pelo materialismo e vice-versa é um momento de superação, que ocorre necessariamente por esse caminho.

Procurando aprofundar e oferecer sustentação a essa tese, realizou-se a busca do materialismo na ontologia, na epistemologia e na história em Hegel e, por outro lado, as indicações da presença do idealismo na ontologia, na epistemologia e na história em Marx. Obviamente, a ontologia, a epistemologia e a história não são vistas em separado nem por Hegel nem por Marx. Por isso a abordagem empreendida intenciona uma exposição para efeito de melhor compreensão.

A consideração dos textos de Hegel permite apontar para a materialidade do Espírito mesmo que ela seja resultante deste, pois a exteriorização do Espírito nas diversas formas de matéria é o que garante o ser em-si. Não há em-si sem o para-si. O infinito depende do finito. A dependência é uma necessidade, mas é o único fundamento da liberdade.

A obra de Marx insiste na primazia da materialidade e essa insistência abre espaço ao Espírito, à idealidade, ao constituir a premência de uma explicitação. Esta não acontece sem referenciais postos antes e que projetam o depois. A realidade dada não se abre por completo, posto que o dado é também um em-si que precisa ser tomado no para-si da idéia para ser atingido.

Hegel e Marx também são um sem o outro, mas enquanto empenharam-se em buscar o real parece que, unidos pela diferença, compõem melhor o todo tão perseguido.

- CRÍTICA:

A Critica da filosofia do direito de Hegel foi elaborada em 1843. Marx, na sua tese de doutorado, Diferença entre as filosofias da natureza em Demócrito e Epicuro (1841) e também no texto Liberdade de imprensa (1842) buscava desenvolver uma perspectiva analítica que, partindo da filosofia materialista dialética, pudesse se ocupar das questões concretas que assolavam a população contrapondo-se ao governo. Mas é na Critica da filosofia do direito que Marx encontra o caminho da ruptura com Hegel. Enquanto Hegel defendia, na Filosofia do direito, que a monarquia absoluta era o ápice da razão e peça central da sociedade civil burguesa, Marx, por outro lado, defenderá que a sociedade civil e as famílias é que constituem sujeito social primordial, tendo então a prerrogativa de mudar de governo de acordo com suas próprias
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