Por que a revolução agropastoril foi importante para o estabelecimento das primeiras cidades?
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Para alguns leigos no assunto, o processo de desenvolvimento dos primeiros núcleos urbanos no Brasil somente aconteceu com a anterior ocupação do espaço rural brasileiro. Contudo, apesar de sermos marcados por uma economia agroexportadora, percebemos historicamente que a formação dos núcleos urbanos foi o primeiro modelo de ocupação do espaço colonial.
Essa característica tem muito a ver com a função que as cidades tinham para o projeto de dominação colonial implantado pelos lusitanos. A cidade servia, fundamentalmente, como um centro irradiador da cultura europeia. Ao mesmo tempo, deveria oferecer o suporte necessário para que as instituições políticas e militares portuguesas pudessem melhor orientar o controle dos territórios explorados.
Tomada essa primeira característica, notamos que os primeiros núcleos de ocupação urbana se concentraram nas regiões litorâneas. Essa escolha visava facilitar o escoamento dos produtos e riquezas que eram exportadas para o Velho Mundo. Com o passar do tempo, graças à ação dos jesuítas e a descoberta de metais preciosos, notamos que outras cidades passaram também a se estabelecer pelo interior.
Ao contrário dos espanhóis, que se preocupavam em reproduzir os meios de ocupação do espaço da metrópole na colônia, os portugueses optaram por um processo de urbanização de pouca intervenção. Com isso, percebemos que várias cidades coloniais obedecem ao relevo natural, provocando um traçado desordenado que se estendia de acordo com as necessidades imediatas de uso do espaço.