Por que a mudança social no Brasil pode ser compreendida como um processo de "Revolução passiva", "Revolução pelo alto" ou "Modernização conservadora"?
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Resposta:
revolução passiva segundo a expressão de V. Cuoco” (Q. 1, §44, p. 41). Ainda no
Q.1, § 150, escrito em maio de 1930, Gramsci observa que o nascimento dos
Estados modernos na Europa se deu como “reação-superação nacional” da
Revolução francesa e do napoleonismo e posteriormente acrescenta nas margens
“revolução passiva” (p. 132).
A primeira referência ao conceito de revolução passiva de Vincenzo Cuoco
aparece numa nota de redação única, no Q. 4, § 57, p. 504, de novembro de 1930.
Aqui Gramsci anota a possibilidade de utilizar o conceito para análise de outros
países, além da Itália, “que modernizaram o Estado através de uma série de
reformas ou de guerras nacionais, sem passar pela revolução política de tipo
radical-jacobino”. Mas registra também a necessidade de verificar como Cuoco
desenvolve o conceito. De acordo com Gerratana (2007, p. 2654), pelo teor da nota
é muito provável que Gramsci tenha chegado a Cuoco através de uma fonte
secundária8
. É notório, portanto, que o conceito neste período está ainda em
processo de composição. A associação entre o conceito de revolução passiva de
Cuoco e a concepção de revolução-restauração de Edgar Quinet aparecerá
somente no Q 8, § 25, p. 957, redigido entre janeiro e fevereiro de 1932. Diz
Gramsci: “investigar o que significa e como é justificada em Quinet a fórmula de
equivalência da revolução-restauração na história italiana”. Duas características se
mantêm: o caráter de pesquisa em andamento e a citação de fonte secundária9
.
A partir de fevereiro de 1932, Gramsci passa a identificar revolução passiva
e revolução-restauração sempre que trata especificamente do Estado Italiano ou
dos Estados europeus que se modernizaram após a Revolução francesa10. Após
fevereiro de 1932, a reflexão sobre a revolução passiva se adensa. Gramsci
nota. Na segunda versão deste parágrafo, redigida entre fevereiro de 1934 e fevereiro de 1935 no
Q. 19, § 25, p. 2011, a alusão à V. Cuoco está plenamente integrada ao texto (Todas as datas
apresentadas neste artigo seguem FRANCIONE, 1984).
8 De acordo com Gerratana, provavelmente Gramsci teve acesso ao conceito de Vincenzo Cuoco
por meio do prefácio de Croce à La rivoluzione napolitana de 1979, onde se encontra uma referência
à expressão “revolução passiva” na acepção de Cuoco (Cf. GERRATANA, 2007, p. 2654-2655).
9 Gramsci chega a Quinet por meio do artigo de Daniele Mattalia, Gioberti in Carducci, in La Nuova
Italia, 20 de novembro de 1931 (cf. idem).
10 Ver Q. 8, § 36; Q. 8, §39 texto A (retomado junto com o Q. 8 § 25 no Q. 10II, § 41.XIV); Q. 8, § 51;
Q10II, § 61; Q15, §§ 11 e 25.