Português, perguntado por cast1el, 3 meses atrás

Por que a insegurança alimentar aumentou após a pandemia?​

Soluções para a tarefa

Respondido por gabrielvargasbessa
1

Resposta:

Explicação:

A parcela de brasileiros que não teve condições para se alimentar ou prover alimento à sua família em algum momento nos últimos 12 meses subiu de 30%, em 2019, para 36%, em 2021.

Este índice, divulgado nesta quarta-feira (25) em pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, representa o novo recorde da série histórica no país, iniciada em 2006.

Leia mais

Arraial salgado: inflação encarece principais alimentos da Festa Junina

Arraial salgado: inflação encarece principais alimentos da Festa Junina

Pandemia, guerra e mudanças climáticas afetam oferta de alimentos, diz economista

Pandemia, guerra e mudanças climáticas afetam oferta de alimentos, diz economista

Ao menos três dos principais alimentos subiram mais de 50% nos últimos dois anos

Ao menos três dos principais alimentos subiram mais de 50% nos últimos dois anos

De acordo com os dados do estudo, a insegurança alimentar no Brasil subiu quatro vezes mais em relação à média dos outros 120 países analisados.

“É a primeira vez desde então que a insegurança alimentar brasileira supera a média simples mundial, comparando a média simples dos mesmos 120 países com o Brasil, antes e durante a pandemia”, destacou a FGV.

Segundo a instituição, os dados sugerem a “ineficácia relativa de ações nacionais”.

Em 2006, primeiro medidor deste índice pela FGV Social, a taxa de segurança alimentar no Brasil era de 20%. Em 2010 a insegurança alimentar reduziu para 19% e teve nova redução em 2014, indo para 17%.

Já em 2019, a taxa subiu para 30% e, em 2021, foi para os 36% apontados.

Na população mais carente, o aumento da insegurança alimentar foi ainda pior. Entre os 20% mais pobres no país, houve um aumento de 22 pontos percentuais entre 2019 e 2021. Saiu de 53%, em 2019, para 75%, em 2021.

O nível de insegurança alimentar para este nicho da população é bem próximo do observado em Zimbabwe, por exemplo, que é atualmente o pior país neste quesito, com 80%.

Para Marcelo Neri, autor da pesquisa, os números evidenciam um cenário preocupante no país, que precisa de atenção especial no intuito de solucionar os problemas apontados.

“Os resultados mostram que a insegurança aumentou mais no Brasil do que no mundo ao longo da pandemia. Esse aumento é muito mais sentido na base da distribuição, o que é algo muito preocupante, pois tem se concentrado dentre os mais pobres, que já possuem outros tipos de insuficiência”, comentou.

Em contrapartida, os 20% mais ricos tiveram queda de três pontos percentuais na insegurança alimentar. Saiu de 10%, em 2019, para 7%, em 2021 – pouco acima da Suécia (5%), o país com menos insegurança alimentar.

“Na comparação com média global de 122 países em 2021, nossos 20% mais pobres tem 27 pontos percentuais a mais de insegurança alimentar enquanto nossos 20% mais ricos apresentam 14 pontos percentuais a menos. Altos níveis e aumentos de desigualdade de insegurança alimentar brasileira por renda são também encontrados por níveis de escolaridade”, destacou a pesquisa da fundação.

Perguntas interessantes