Geografia, perguntado por manasoliveroufl1m, 1 ano atrás

Por que a Inglaterra saiu da Zona do Euro?

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Respondido por satoshioliveirp5bqm7
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Aconteceu: o Reino Unido decidiu em referendo que não quer mais ser parte da União Europeia (UE).

Ninguém sabe exatamente o que acontece agora, e esse é justamente o problema. Os mercados reagiram levando a libra para seu menor nível em 31 anos e derrubando as ações europeias.

Quem faz parte do Reino Unido?O Reino Unido é um Estado formado por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. A chefe de Estado é a rainha Elizabeth II e o chefe de governo é um primeiro-ministro, eleito por um Parlamento central, em Londres. Nas grandes questões de governo, como política econômica, quem manda é esse Parlamento. Mas Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também têm assembléias nacionais, com certa autonomia para tratar de questões mais locais, como saúde.

O primeiro-ministro David Cameron renunciou e o próprio país pode se desfazer.O "fico" ganhou na Escócia, que se sente traída, já que os riscos econômicos pesaram na sua decisão de ficar dentro do Reino Unido em outro referendo, realizado em setembro de 2014.

A maioria da população da Irlanda do Norte também votou por permanecer no bloco, e o partido político Sinn Féin já defende uma votação no país para decidir sobre uma possível unificação com a República da Irlanda, que não faz parte do Reino Unido e faz parte da UE.

Em pesquisa antes da votação, 88% dos economistas britânicos concordaram que a economia britânica seria prejudicada pela Brexit [junção das palavras em inglês Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída)]. Na semana passada, 10 vencedores do Nobel divulgaram uma carta alertando para consequências graves e duradouras.

De acordo com um estudo da PwC encomendado pela Confederação das Indústrias Britânicas (CBI), serão 950 mil empregos eliminados. Segundo o Tesouro Britânico, cada domicílio britânico perderá US$ 6.143 anualmente (veja mais números).

A economia do país é bastante dependente do comércio internacional 44% dos bens e serviços exportados pelo Reino Unido têm a União Europeia como destino. Sair da UE dispara negociações não só com o resto do continente mas também com cerca de 50 países que têm acordos com o bloco, além de novas tarifas e barreiras.

É razoável supor que a União Europeia vai dificultar a vida dos britânicos, sob risco de estimular a debandada de mais países. O comércio provavelmente continuará intenso, mas não como antes.

Isso aumenta a incerteza e os custos no curto prazo, especialmente para setores como o financeiro. Não por acaso, os grandes bancos trabalharam sem parar durante a apuração prevendo uma "catástrofe".

Risco para a União Europeia

"Acreditamos que as implicações para a UE (União Europeia) e a União Monetária Europeia são pelo menos tão importantes do que para o Reino Unido", diz nota assinada pelo banco inglês Barclays em janeiro.

A saída do país desperta novamente o temor de dissolução do bloco que tanto assustou os mercados no pico da última crise do euro.

"O precedente de um estado membro saindo da união abriria a caixa de Pandora: poderia ser usado como argumento político por partidos extremos e populistas, tanto da direita quanto da esquerda, para pressionar por uma saída da UE, incluindo em alguns países do euro", diz o texto.

Representantes da extrema-direita celebraram e pediram referendos similares em outros países. A líder da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen, e o líder da ultradireita holandesa, Geert Wilders, foram os primeiros a defender consultas em seus países.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, insistiu nesta sexta-feira que a Brexit não representa o início do fim da UE.

Respondendo a pergunta de repórter em entrevista coletiva na sede executiva da UE em Bruxelas, Juncker simplesmente respondeu "não". A fala gerou aplausos de autoridades da UE na sala, e Juncker saiu após responder somente a duas perguntas.

Previsões para o Reino Unido

De acordo com um relatório do think tank independente Open Europe, tudo depende do que o Reino Unido fará com essa tal liberdade.

Ao decidir sair do bloco, o país perde o poder de voto e a partir daí é o bloco que estabelece o calendário e os termos do rompimento.

No melhor cenário, o país consegue não apenas manter o livre comércio com a Europa mas também se abre ainda mais para o resto do mundo. Nesse caso, o PIB seria 1,6% maior em 2030. No pior cenário, sem acordo algum, o PIB cairia 2,2% no mesmo horizonte.

O mais provável, no entanto, é alguma combinação das duas coisas – colocando as estimativas numa janela mais realista entre perda de 0,8% e ganho de 0,6%.

Tudo depende também do comportamento da economia europeia nas próximas décadas. Se ela superar seus desafios e voltar a apresentar dinamismo, o custo da separação aumenta para a Grã-Bretanha – e vice-versa.

Nenhum país saiu por livre e espontânea vontade da União Europeia até hoje. A Grécia quase saiu algumas vezes, mas por causa de crises de liquidez e negociações tensas sobre pacotes de resgate, não por um ato de vontade dos gregos.





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