Por que a Greve de 1979 foi um divisor de águas durante o período da Ditadura Militar (1964-1985)?
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Resposta:
Os últimos anos da década de 1970 viram o surgimento de um novo movimento sindical dos operários brasileiros, influindo na abertura democrática e na história do Brasil das décadas subsequentes. O Novo Sindicalismo aflorado nos anos de 1978 a 1980 resultou na criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983, e da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), em 1986, além de constituir as bases para a formação do Partido dos Trabalhadores, em 1980.
O movimento grevista, que foi o ápice do Novo Sindicalismo, iniciou-se em 12 de maio de 1978 nas fábricas de caminhões da Saab-Scania, em São Bernardo do Campo, São Paulo, quando cerca de 2 mil metalúrgicos cruzaram os braços pela reivindicação de 20% de aumento salarial. No contexto de arrocho dos salários e de fim do crescimento verificado durante o Milagre Econômico no Brasil, o movimento se alastrou para outras empresas, como a Ford, Mercedes-Benz e Volkswagen.
A Grande Greve Geral de 1979 foi um divisor de águas na Ditadura Militar pois marcou a primeira vez, desde a Marcha dos Cem Mil (que foi violentamente reprimida) que a população brasileira saía às ruas em peso para criticar os desmandos e os erros múltiplos dos ditadores no Brasil.
Com elas ficou claro, até mesmo para os ditadores, que a ditadura estava chegando ao fim, pois a paciência dos brasileiros para com os péssimos governos estava também chegando ao fim. Começou então um processo de distensão política, com a própria ditadura "preparando o terreno" para o seu fim, por meio da anistia política e da retomada das liberdades civis.
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