Por que a comunidade científica está procurando uma alternativa a cirurgia bariátrica?
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É uma guerra desigual. De um lado, pessoas que precisam, desesperadamente, perder peso. Do outro, um cérebro que trabalha 24 horas para promover o acúmulo de gordura e a vontade incontrolável de comer. Enquanto isso, a obesidade mata 4,5 milhões de pessoas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que também projeta em 3 bilhões o número de indivíduos com sobrepeso e obesidade em 2025. Entre as medidas indicadas para aqueles com índice de massa corporal (IMC) acima de 40, ou acima de 30 e que já apresentam comorbidades, está a cirurgia bariátrica. Para fazer o procedimento, porém, é preciso tentar a abordagem clínica por, pelo menos, dois anos, sem obter sucesso.
Conseguir eliminar o peso excessivo e manter o novo corpo, contudo, é difícil para pessoas que não apenas estão com alguns quilinhos a mais ; elas, em vez disso, sofrem de uma doença crônica, como define a OMS. No desespero, muitas que estão perto do IMC 40 engordam para conseguir operar. A culpa, segundo o endocrinologista Flávio Cadegiani, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), é dos tratamentos clínicos tradicionais, que pouco conseguem fazer pelos pacientes.