Por favor me ajudem com uma Resenha crítica sobre a teoria Gaia
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Resenha Crítica : O último alerta Gaia e o testamento de Lovelock
2016-03-07 | Karina Rocha
A Vingança de Gaia (2006), livro escrito pelo cientista inglês James Lovelock, é considerado seu testamento, sua carta de alerta à população da Terra. Para entendermos exatamente sobre que vingança ele fala e porque seu livro é um alerta, precisamos primeiramente entender o que é Gaia. Vamos voltar no tempo e encontrar James Lovelock no fim da década de 70, quando, ainda um cientista desconhecido, começou a questionar o que seria vida e que tipo de planeta a sustentava. Foi então que ele percebeu que o modo como nos referíamos ao planeta (e por consequência, o entendíamos) estava incompleto.
A hipótese de Gaia, como ele expôs em Gaia: um novo olhar sobre a vida na Terra (1986) defendia que “a vida pode ser um produto do acaso e de circunstâncias oportunas, mas uma vez estabelecida no planeta, toma conta dele.”
Embora simples, sua teoria demorou décadas para ser aceita. Havia dificuldade por parte do público e da comunidade científica em assimilar o conceito da Terra como um todo-vivo, (nota-se que o termo Biosfera difere do conceito de Gaia, pois só se considera Biosfera a estreita faixa de terra que cobre o planeta), e o próprio Lovelock tinha dificuldades em explicar, por falta de metáforas satisfatórias, o que seria Gaia.
Foi aos poucos que ele chegou lá, lançando perguntas e incitando cientistas a respondê-las. Seus questionamentos iam na contramão da ideia até hoje arraigada de que somos um acaso fortuito no cosmos—incrivelmente sortudos por habitar o único planeta com condições para comportar a vida. Para Lovelock, é o oposto: a habitabilidade da Terra existe apenas por que a vida que se instalou nela, através da manipulação química dos oceanos e da atmosfera, definiu seu termostato e a mantém dentro de um intervalo de temperatura confortável para ela mesma, a vida. Ou seja: a vida é um agente ativo em sua própria sobrevivência, e ‘conversa com o chão’ onde se firmou. Como o próprio autor expôs, “Chamo Gaia de um sistema fisiológico porque parece dotada do objetivo inconsciente de regular o clima e a química em um estado confortável para a vida.”
A teoria inicialmente polêmica de que a Terra é um organismo vivo e auto-regulador aos poucos foi sendo aceita, e, por fim, comprovada. Enquanto isso, mais livros surgiam: Depois de Gaia: um novo olhar sobre a vida na Terra vieram As eras de Gaia (1988), Gaia, a ciência prática de uma medicina planetária (1991), Homenagem à Gaia (2000) e A Vingança de Gaia (2006).
A Vingança de Gaia
A Vingança de Gaia é um livro de alerta, mas não um livro sobre o fim do planeta. Seu ponto fundamental— e segundo Lovelock, a chave para a vida aqui —repousa sobre uma condição fundamental: temperatura. É ela que propiciou no início que os oceanos se transformassem em uma sopa de vida e o assentamento de espécies em todo recanto do planeta, e que ainda hoje influencia tudo, desde colheitas a todo resto. Portanto, quando Lovelock levanta a questão do ‘aquecimento Global,’ (duas palavras que já não parecem tocar mais ninguém) ele fala sobre isso; sobre o desequilíbrio de uma condição essencial à vida que mexe com uma intrincada rede de simbioses (entre si e com Gaia) que, uma vez alterada, trará mudanças fatais para todos. O autor diagnostica: a Terra está com febre.