Pontue vida e morte numa perspectiva filosófica e psicologica.
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Soluções para a tarefa
Resposta:
Olá! Boa tarde, vamos lá?✨
Explicação:
Este ensaio tem como objetivo trazer reflexões sobre a prática do psicólogo hospitalar junto a pacientes e familiares, os quais, diante do processo do adoecimento, vivenciam sentimentos intensos e conflitos despertados pela possibilidade de morte. Embora a morte e o morrer sejam fenômenos inevitáveis e inerentes a nossa condição humana, refletir sobre a finitude humana é algo desafiador. Na nossa sociedade, encarar a possibilidade da nossa própria morte e das pessoas que amamos é quase da ordem do insuportável, sobretudo quando se leva em consideração o atual contexto cultural em que vivemos. No caso do adoecimento, ou mesmo da vivência de hospitalização, observamos que esta situação nos aproxima de reflexões internas mais intensas e que, em muitos momentos, pessoas mudam todo um modo de viver. Cada um reage a essas situações de uma maneira singular e nos faz refletir sobre a padronização de técnicas e conceitos a respeito da doença e do doente que podem tanto aprisionar a nossa forma de ver a pessoa que sofre quanto nos impedir de ouvir o que realmente se passa; ouvir um ser em devir.
Vida e morte constituem os limites extremos da existência humana nesta terra. Acostumamo-nos tanto com a sua presença que nos desacostumamos a falar e refletir sobre elas. Fazem parte da normalidade do cotidiano, mas quando irrompem assustam e geram espanto, pois a vida desafia a morte e a morte desafia a vida. Nascemos para morrer e morremos para viver.
Desde o instante em que nascemos, começamos a morrer e cada dia vivido, torna-se um dia a menos no calendário da existência. Essa é a nossa condição humana, a nossa marca existencial. Porém, ainda que a morte e o morrer sejam fenômenos inevitáveis, refletir sobre a finitude humana é algo desafiador, principalmente quando se trata de pacientes em situação de risco de vida, cuja morte, senão iminente, de alguma forma está anunciada. Na nossa sociedade, encarar a possibilidade da nossa própria morte e das pessoas que amamos é quase da ordem do insuportável, sobretudo quando se leva em consideração o atual contexto cultural em que vivemos. Como destaca Elias (2001), muito embora possamos observar o aumento da expectativa de vida da população, o progresso médico e a luta pelo prolongamento da vida, a morte é um aspecto que aponta os limites do homem sobre o controle da natureza. Parece paradoxal, sermos seres finitos e não aceitarmos a nossa própria condição humana. Talvez, esse sentimento de inconformidade venha atrelado a outras questões, mas, de um modo geral, percebemos que não é o medo da morte propriamente que se tem, mas é do sofrimento físico e emocional decorrente dela: medo de dor, de incapacidade física, de ausência de liberdade, de incompreensão e, principalmente, da solidão.
A morte como limite
Na atualidade, o medo da morte nos impede de viver bem não somente pela angústia que provoca, mas porque nos atinge em níveis muito profundos (Elias, 2001). Diante da irreversibilidade no curso das coisas, a morte nos arrasta para uma dimensão do tempo passado, onde estão presentes os grandes corruptores da felicidade: a nostalgia e a culpa, o arrependimento e o remorso. Entretanto, fixar-se apenas nas lembranças felizes pode nos arrancar do real, depositando-nos no passado e nos impedindo de aproveitar o presente (Ferry, 2007). Este autor também afirma que era vinham estragar a única e exclusiva dimensão da existência que vale a pena viver, simplesmente porque ela é a única real, a única do presente.
O adoecimento como marca da finitude humana
O modo de encarar a morte, assim como outros aspectos da nossa cultura vêm mudando no decorrer do tempo. Segundo Ariès (1989), a atitude antiga, em que a morte era próxima e familiar, opõe-se à atual e nos causa tanto medo a ponto de, em muitos momentos, sequer ousarmos falar o seu nome. A negação da morte, na cultura contemporânea, está tão incorporada aos nossos costumes que dificilmente podemos imaginá-la ou compreendê-la.