pingmento naturais utilizado na pintura
Soluções para a tarefa
Desde há 30 mil, pelo menos, que pigmentos naturais têm sido utilizados em pintura, mas já nas mais antigas obras conhecidas foram usados juntamente com pigmentos artificiais, tal como acontece actualmente. De facto, ao contrário do que se poderia imaginar, os pigmentos não têm uma história que, começando com materiais naturais, só tardiamente dá papel de relevo aos pigmentos artificiais. O melhor exemplo é proporcionado pelos pigmentos azuis: o primeiro grande pigmento desta cor, o azul egípcio, é um material sintético utilizado desde o 3.º milénio a.C., sem qualquer equivalente na natureza, que entretanto veio a ceder o seu lugar a pigmentos naturais que, por sua vez, foram substituídos por outros sintéticos. De qualquer forma, os antigos tratados de pintura sugerem que a origem natural ou artificial dos pigmentos não tem influenciado a escolha dos materiais. Por outro lado, mostram que os critérios em que assenta esta classificação têm variado ao longo do tempo. Do conjunto de pigmentos com significativa importância na história da pintura, os pigmentos naturais correspondem a minerais pertencentes às classes dos sulfuretos (cinábrio), dos óxidos (ocres), dos carbonatos (azurite e malaquite) e dos silicatos (terra verde e azul ultramarino). Presentemente, apenas os ocres (de cor amarela, castanha ou vermelha, essencialmente óxidos de ferro) continuam a ter importância – tal como acontecia nas pinturas pré-históricas. O cinábrio (um sulfureto de mercúrio de cor vermelha) e a terra verde (vários minerais argilosos desta cor) tiveram grande uso na pintura mural romana, mas o primeiro foi substituído na Idade Média pela equivalente variedade sintética (designada por vermelhão), não obstante o estatuto de produto de luxo de que desfrutava. A terra verde, por seu lado, perdeu grande parte da importância com o despontar da pintura de cavalete – onde praticamente ficou confinada às camadas subjacentes. Pelo contrário, o azul ultramarino, obtido do precioso lápis-lazúli, atingiu o seu momento de glória na Idade Média, graças ao estabelecimento de um processo de purificação, tornando-se no pigmento mais enaltecido e mais dispendioso. Porém, o desenvolvimento da química e o consequente surgimento de novos pigmentos a partir do século XVIII, mais económicos, levaram ao seu gradual abandono, o qual quase se consumou com o aparecimento da variedade sintética, incentivada por um prémio criado em França em 1824. Quanto à azurite e à malaquite (carbonatos de cobre, respectivamente, de cor azul e de cor verde), as vicissitudes da história política e o desenvolvimento da pintura a óleo estiveram na origem do seu abandono.