pesquise qual o sistema político vigente no Brasil durante a a gripe esponhala?
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Quando a gripe espanhola aportou na Bahia, ali reinava um clima de insatisfação, conflito e insegurança gerado por determinados fatores: as disputas de poder entre as diversas facções políticas; a crise financeira do estado; a carestia e a pobreza generalizada; as greves; as transformações urbanas que desalojaram grupos sociais inteiros, sem, no entanto, dotar a cidade de uma estrutura sanitária satisfatória.
As condições de sobrevivência material da maioria da população de Salvador eram consideradas as piores possíveis. Os relatórios apresentados à Diretoria Geral de Saúde Pública por seus inspetores sanitários denunciavam a vida miserável do povo. As camadas menos privilegiadas da população trabalhavam em excesso e eram pessimamente remuneradas, o que resultava em esgotamento físico e privações como a má alimentação, a moradia em habitações insalubres, mal arejadas, úmidas e escuras – onde as pessoas se aglomeravam em compartimentos de capacidade insuficiente –, situadas em becos e ruelas que careciam de limpeza e pavimentação, além de um serviço regular de água e esgoto.
O inspetor sanitário do 9º Distrito, dr. Álvaro da Franca Rocha, no seu relatório semestral apresentado à Diretoria Geral de Saúde Pública, afirmava que a miséria era uma porta aberta à infecção, tendo em vista que o organismo enfraquecido não lhe poderia fazer resistência. Para reverter esse quadro, seria necessário tirar o povo da condição miserável em que vivia, "entregue aos vícios, ao alcoolismo, mal alimentado, habitando verdadeiros antros, sem ar e sem luz"