Saúde, perguntado por jaqueline2o2oliveira, 8 meses atrás

Pesquisa sobre os problemas causados a saude pública em virtude do covid-19 e os problemas enfrentados pelas pessoas quando positivadas ao virus covid-19; bem como a preucupacão da saúde pública em relação em relação aos respiradores

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Respondido por ALINEBRITOWULFING
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Resposta:

A pandemia de coronavírus (Covid-19) terá impactos significativos e ainda não completamente dimensionados sobre a sociedade. Trata-se de um evento inédito na história, dado que, no passado, epidemias parecidas se desenvolveram em um cenário de muito menor integração entre países e pessoas, divisão do trabalho e densidade populacional.

Por se tratar de uma doença e de uma situação novas, as lacunas de informação e conhecimento ainda são muito grandes: taxas de letalidade, potencial de transmissão, tratamento, existência de outros efeitos ou sequelas no organismo dos que foram infectados, todas essas informações ainda são preliminares.

Nesse momento, a produção científica é crucial para melhor compreender a doença e seus efeitos e buscar soluções. Pesquisadores e cientistas, no mundo todo, em muitos casos a partir de uma boa coordenação governamental, estão se mobilizando para estimar tanto os efeitos da doença sobre a saúde da população quanto os impactos econômicos e sociais dessa pandemia. A Organização Mundial de Saúde (OMS),por exemplo, tem coordenado e mapeado os esforços de pesquisa no mundo, reunindo cientistas no tema e identificado as prioridades de pesquisa neste momento.

O primeiro passo para entender a doença e seus efeitos na população é conhecer o número de pessoas infectadas, como esse número cresce ao longo do tempo e que percentual dos infectados irá evoluir para situações mais graves, demandando leitos hospitalares, ou morrer. A taxa de letalidade da doença ainda não é precisamente conhecida. Até dia 25/03, o mundo contabilizava aproximadamente 413 mil casos e 18,4 mil mortes uma letalidade de aproximadamente 4%. Entretanto, esse número não é inteiramente preciso pois varia significativamente com o número de pessoas testadas, já que pessoas com sintomas leves não têm sido testadas na maioria dos países. Isso também provavelmente explica por que essa taxa tem variado sobremaneira entre os países: na China está próxima de 4% enquanto na Itália, com 7,5 mil mortes e 74 mil casos, ela supera 10%.

Existem dois grupos de testes para o Sars-Cov-2, o primeiro e mais confiável é formado por testes moleculares e baseiam-se na identificação do código genético do vírus em amostras colhidas do paciente. Para que esse tipo de teste seja possível, é necessário primeiramente conhecer o código genético do vírus.

Por essa razão, até o momento, no Brasil, apenas os casos mais graves estão sendo testados, o que, em alguma medida, limita o conhecimento sobre a propagação da doença.

Um segundo grupo de testes, conhecidos como testes rápidos, é baseado não no reconhecimento do vírus, mas na resposta imunológica do corpo depois da infecção. Nesses testes, chamados testes sorológicos, procura-se por anticorpos desenvolvidos pelo corpo humano para fazer frente à infecção. Enquanto os testes moleculares são mais precisos no início da infecção, os testes sorológicos são mais eficazes em detectar a doença em suas fases mais avançadas.

A Covid-19 coloca em questão a disponibilidade de equipamentos médicos e hospitalares em todo o mundo. Um dos aparelhos mencionados na documentação técnica sobre a pandemia são os respiradores (ou ventiladores mecânicos), máquinas que ajudam os pulmões a inspirar e expirar quando o paciente não consegue operar seu sistema respiratório com normalidade, ou quando se quer reduzir o stress sobre o mesmo.

O país possui 65.411 mil respiradores, sendo 46.663 mil na rede pública de saúde. No entanto, os especialistas têm alertado para o fato de que esse número pode não ser suficiente para atender a necessidade derivada do crescimento do número de casos graves da doença.

O enfrentamento de uma epidemia como essa requer, mais do que nunca, a opinião especializada e bem informada de cientistas e pesquisadores que conhecem e têm capacidade de pesquisa sobre a dinâmica da doença e de sua transmissão. Por ser uma doença nova, requer também que sejam produzidas as respostas necessárias e ainda inexistentes para o controle da epidemia e para a mitigação de seus impactos na sociedade e, até mesmo, para calibrar as medidas adotadas, a fim de minimizar os impactos negativos na economia.

 No que diz respeito ao tratamento e à prevenção, é importante salientar que a obtenção de uma vacina ou de um tratamento só será possível, no tempo demandado pela evolução da doença, graças ao investimento realizado e ao conhecimento acumulado em anos de pesquisa na área. O Brasil, a despeito da fragilidade de sua estrutura de pesquisa e da redução recente dos investimentos em C&T, ainda vem se mostrando capaz de contribuir em momento tão grave quanto o atual. Deixar de dar prioridade a tais investimentos nesse momento por receio de não ser possível concorrer com outros países na vanguarda do desenvolvimento científico e tecnológico seria ignorar as evidências e colocar em risco a capacidade de resposta futura da ciência brasileira em área tão relevante.

Explicação:

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