Filosofia, perguntado por netinhosilva154, 10 meses atrás

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Respondido por fatimasantosjesus29
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Resposta:

do conhecimento no ocidente“.

  “Dos preconceitos dos filósofos” e a Vontade de Verdade contrapondo-se a Vontade de Potência: Inicialmente, vamos tratar aqui daquilo que Nietzsche chama de “preconceitos dos filósofos” ou “dogmatismo dos filósofos”, e da maneira pela qual isso influencia dois conceitos importantíssimos para compreender a filosofia desse pensador. Veremos então, na sequência: Vontade de Verdade e a Vontade de Potência. Para este texto, usei como base dois livros que tratam muito a respeito desses tópicos, que são  “Genealogia da Moral” e “Além do Bem e do Mal”. No princípio deste última obra,  Nietzsche faz uma crítica a Platão e a estende por toda sua tradição filosófica. Esta obra foi publicada em 1886 e pode também ser encontrada com a variação do título “Além do Bem e do Mal” para “Para Além do Bem e do Mal”.

  Acredito que essa segunda variação do título não sirva tão bem para expressar a intenção da filosofia nietzschiana. O termo “para além do bem e do mal” deixa subtendido uma contrapartida, um caminho avesso ao que será criticado, quando na verdade aquilo que podemos perceber na filosofia destruidora de Nietzsche, é que não existem salvaguardas. O autor é capaz de desconstruir os conceitos que fundaram o mundo moderno tal como entendemos e conhecemos este referido período.

   Por fim, vamos relacionar essa visão platônica que guia o mundo moderno na moral e na ciência através de seu positivismo com o conceito de Vontade de Verdade, que é posto como conflitante com outro conceito primordial na obra nietzschiana, que é a Vontade de Potência. A obra “Genealogia da Moral” foi escrita em 1887, portanto, um ano após “Além do Bem e do Mal”, sendo que as duas praticamente se completam e fazem parte da fase de maior maturidade do autor.

Crítica ao Platonismo e distanciamento da filosofia do pensamento pré-socrático:

   É importante para que possamos compreender a filosofia de Nietzsche, entendermos a origem do pensamento ocidental oriunda da Grécia, na qual os pré-socráticos (tidos como primeiros filósofos) possuíam uma interpretação e compreensão do mundo a partir, basicamente, da mitologia e da arte. A relação dos povos antigos com o mundo era uma relação de coexistência e, até de certa forma, podemos dizer que era uma relação de submissão, pois compreender o mundo não era uma tarefa do pensamento desses povos antigos, já que seus entendimentos sobre tal ponto vinham dos mitos, e isso já bastava para eles, porque assim, estava estabelecida a relação de coexistência do grego com o mundo. Compreender o mundo e a natureza a partir de uma origem seria uma ousadia para um grego antigo. É importante citar essa maneira de pensar desse povo e dessa fase da Filosofia pois Nietzsche vai interpretar que após Platão, o pensamento filosófico se desvia da sua essência. Nietzsche pensa a filosofia como pretendia um antigo, e é por isso que ele irá confrontar alguns pensadores que vieram a partir de Platão e seguiriam dando o tom da tradição filosófica.

   Em toda a sua obra Nietzsche nunca escondeu sua apreciação a uma ideia de mundo instável, contingente, possível, não linear, próximo do devir, proposto por  Heráclito… de certa forma, apreciou tudo aquilo que estaria de acordo com o pensamento pré-socrático, mas que passaria a ser depreciado a partir de Sócrates e Platão. A história a partir de Platão é embasada num idealismo que por fim, que segundo Nietzsche acabará negando o mundo e a vida. Assim sendo, o Platonismo é responsável por instituir uma idealização do homem que produzirá como efeito uma moral perversa que guiará os passos do conhecimento no ocidente. A busca pelo homem idealizado de Platão será a nata de toda discussão filosófica e formará conceitos e reflexões a partir disso. Todavia, a modernidade estará embasada nesses conceitos platônicos, no ideal, no belo, no uno, na verdade imutável, no absoluto. A necessidade de dar sentido a esses conceitos forjará a moral do homem moderno. Por isso no começo da obra “Além do Bem e do Mal”, Nietzsche trata a respeito do dogmatismo dos filósofos que passa ao longo da história da filosofia travando uma enorme busca pela “coisa em si” a verdade, a causa primeira.

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