Português, perguntado por matttecch, 3 meses atrás

PERGUNTA 1

“Senhoras:
Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudade e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo – a maior do universo, no dizer de seus prolixos habitantes – não o sois conhecidas por “Icamiabas”, voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois chamadas.
Muito nos pesou a nós, Imperator vosso, tais dislates da erudição porém heis de convir conosco que, assim, ficais mais heroicas e mais conspícuas, tocadas por essa plátina respeitável da tradição e da pureza antiga.” (Mário de Andrade, Macunaíma. Rio de Janeiro, 2013, p. 75)

Macunaíma, personagem de livro homônimo de Mário de Andrade, ao escrever sua Carta pras Icamiabas, realiza uma:

a. sátira da carta de Pero Vaz de Caminha com o intuito de criticar a modernização de São Paulo.

b. retomada da linguagem formal, como empregada por Pero Vaz de Caminha, para reescrever a história do Brasil pela perspectiva do indígena.

c. caricatura da linguagem formal, por meio da qual parodia a carta de Pero Vaz de Caminha, e realiza uma inversão da descoberta do Brasil.

d. paródia da carta inaugural de Caminha, cuja idealização do nativo atribui às índias o nome de Amazonas, em referência aos gregos antigos.

e. caricatura crítica do Romantismo e do modo como idealiza a figura do indígena, contrapondo-a a um Macunaíma letrado e moderno.


PERGUNTA 2

“A interação familiar, a educação da infância, as relações homem-mulher, homem-paisagem, a vida em sociedade, as instituições políticas e religiosas, tudo vai mudando de imagem e de significado no nível da consciência. Estilhaça-se o espelho em que esta reflete e prolonga a cultura recebida. E os cacos, ainda não rejuntados por uma nova ideologia explícita, vão-se dispondo em mosaico quando os apanha o andamento de uma prosa solta, rápida, impressionista.” (Bosi, Alfredo. Moderno e modernista na literatura brasileira. Céu, inferno, p. 212-213.)

Depois de ler o trecho de Alfredo Bosi, analise as seguintes afirmações:

(I) O modernismo brasileiro surge do rompimento com determinado conjunto de valores ideológicos e procedimentos literários considerados ultrapassados.

(II) O modernismo brasileiro retorna à figura dos nativos para contrapô-la ao colonizador, restabelecendo o sentimento nostálgico da exuberância do país.

(III) O modernismo brasileiro busca copiar as fórmulas europeias estabelecidas pelas vanguardas, por isso investe na prosa solta, rápida, impressionista.

(IV) O modernismo no Brasil não promoveu apenas uma ruptura no modo de escrever, contrapondo-se aos parnasianos, mas também uma mudança de consciência.

Quais dessas afirmações relacionam-se com o texto de Alfredo Bosi?

a. II e III.
b. I e IV.
c. I, III e IV.
d. I, II e III.
e. II e IV.


PERGUNTA 3

“Senhor,
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer.
Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra. Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz.
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa por estrado. Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia, e nós outros que aqui na nau com ele vamos, sentados no chão, pela alcatifa. Acenderam-se tochas. Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro.”
(Carta de Pero Vaz de Caminha)

Da leitura dos trechos da carta de Pero Vaz de Caminha, é possível depreender que:

a. as descrições que realiza sobre a nova terra, sua nomeação e a reação dos nativos decorrem de seus valores e visão de mundo.

b. Os valores e a visão de mundo do autor não interferiram no relato imparcial e objetivo que fez da nova terra e dos nativos.

c. A carta, embora seja um documento importante, apresenta informações irrelevantes, como a falta de cortesia dos nativos.

d. Caminha descreve a posse e nomeação das novas terras e critica os nativos por falta de cortesia e interesse no comércio de ouro.

e. o autor, por escrever melhor que o Capitão-mor e os outros capitães, foi incumbido de escrever a Vossa Alteza.

Soluções para a tarefa

Respondido por MARIANAEFAISAL
4

Resposta:

1) l e lV

Explicação:


lidiafermalta: 2 - A
lidiafermalta: ops 3 A
gilvan9940: 2-b 3-A a 1 errei
jekaka: resposta 1 - c
jekaka: explicação da resposta 1 “Na sua estrutura satírica, a Carta é também uma ‘crônica de
descobrimento’. Nessa inversão paródica da descoberta do Brasil, o
herói chega a são Paulo por acaso (mas não ingenuamente) em busca
da muiraquitã. Numa situação inversa àquela dos portugueses, o herói
chega ao mundo da máquina, da civilização”. (Maria Augusta Fonseca).
alhambrath: 1-c 2-b 3-a - tirei 10
Respondido por leothomazcosta
1

Resposta:

1. C

2. B

3. A

Explicação:

Nota 10

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