Português, perguntado por Fernandaaviz, 11 meses atrás

PAUSA Quando pouso os óculos sobre a mesa para uma pausa na leitura de coisas feitas, ou na leitura de minhas próprias coisas, surpreendo-me a indagar com que se parecem os óculos sobre a mesa. Com algum inseto de grandes olhos e negras e longas pernas ou antenas? Com algum ciclista tombado? Não, nada disso me contenta ainda. Com que se parecem mesmo? E sinto que, enquanto eu não puder captar a sua implícita imagem-poema, a inquietação perdurará. E enquanto o meu Sancho Pança, cheio de si e de senso-comum, declara ao meu Dom Quixote que uns óculos sobre a mesa, além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa, são, de fato, um par de óculos sobre a mesa, fico a pensar qual dos dois – Don Quixote ou Sancho? – vive uma vida mais intensa, portanto, mais verdadeira... E paira no ar o eterno mistério dessa necessidade de recriação das coisas em imagens, para terem mais vida, e da vida em poesia, para ser mais vivida. Esse enigma, eu o passo a ti, pobre leitor. E agora? Por enquanto, ante a atual insolubilidade da coisa, só me resta citar o terrível dilema de Stechetti: “lo sonno um poeta o sonno um imbecille?” Alternativa, aliás, extensiva ao leitor da poesia... A verdade é que a minha atroz função não é resolver e sim propor enigmas, fazer o leitor pensar e não pensar por ele. E daí? - Mas o melhor – pondera-me, com a sua voz pausada, o meu Sancho Pança – o melhor é repor os óculos no nariz.


3- A inquietação provocada pela necessidade de captar a "imagem-poema" dos óculos leva o autor a pensar em sua profissão de escritor e de poeta. Mas ainda que isso, leva-o a pensar na função da poesia. Seu senso comum (Sancho Pança) entra em conflito com o seu senso poético ( Dom Quixote) :

a) O que são os óculos, segundo o senso comum?

b) Segundo o autor, por que existe em nós a necessidade de recriar as coisas e a vida em imagens ?

c) O autor consegue explicar essa necessidade?

4- Diante da " insolubilidade da coisa", o autor resolve passar o problema para o leitor. Segundo ele, qual é a função do poeta?

5- "... o melhor é repor depressa os óculos no nariz." Qual o significado desse conselho?

Soluções para a tarefa

Respondido por Lwrysse
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2- As imagens que ocorrem ao poeta ao contemplar os óculos sobre a mesa é a imagem de um inseto de grandes olhos e negras e longas pernas ou antenas e a de um ciclista tombado.

3-A inquietação provocada pela necessidade de captar a “imagem-poema” dos óculos leva o autor a pensar em sua profissão de escritor e de poeta. Mais ainda que isso, leva-o a pensar na função da poesia. Seu senso comum (Sancho Pança) entra em conflito com o seu senso poético (Dom Quixote).

a)Segundo o senso comum, os óculos são apenas aquilo que parecem ser: duas lentes fixadas em uma armação.

b)Segundo o autor, existe em nós a necessidade de recriar as coisas e a vida em imagens para que as coisas tenham mais vida e para que a vida seja vivida mais intensamente.

c)O autor não consegue explicar essa necessidade. Para ele essa necessidade é um “eterno mistério” – um “enigma”.

4-Diante da “insolubilidade da coisa”, o autor resolve passar o problema para o leitor. Segundo ele, o poeta não tem a função de resolver e sim de propor enigmas: de fazer o leitor pensar, e não de pensar por ele.

5-“...o melhor é repor depressa os óculos no nariz” é o conselho dado para o leitor, significando o senso prático do autor aconselhando-o a retomar o trabalho e deixar de lado as questões insolúveis como a função do poeta e da literatura que lhe ocorrem à mente.
Respondido por marigiorgiani
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Resposta da 3. a)

Segundo o senso comum, os óculos são apenas aquilo que parecem ser: duas lentes fixadas em uma armação., o óculo é visto na sua literalidade como um objeto.

O senso comum é um tipo de pensamento que não foi testado, verificado ou metodicamente analisado. Geralmente, o conhecimento de senso comum está presente em nosso cotidiano e é passado de geração a geração. Podemos afirmar que esse tipo de conhecimento é, categoricamente, popular e culturalmente aceito, o que não garante a sua validade ou invalidade.

Resposta da 3. b)

Segundo o autor, existe em nós a necessidade de recriar as coisas e a vida em imagens, o que ele chama de imagem-poema, para serem mais vividas e terem mais vidas.

Ele próprio reflete sobre essa "necessidade" que ele tem de transformar tudo em imagens, usando como metáfora o Sancho Pança, que age de acordo com o senso comum, e Don Quixote, que se questiona sobre o lado fantasioso e criativo da vida sem chegar a uma resposta sobre qual é o lado mais intenso da vida.

"E enquanto o meu Sancho Pança, cheio de si e de senso-comum, declara ao meu Dom Quixote que uns óculos sobre a mesa, além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa, são, de fato, um par de óculos sobre a mesa, fico a pensar qual dos dois – Don Quixote ou Sancho? – vive uma vida mais intensa, portanto, mais verdadeira."

Resposta da 3. c)

O autor não consegue explicar essa necessidade. Para ele essa necessidade é um “eterno mistério” – um “enigma”.

Ele faz um questionamento se é um poeta ou se é um imbecille, pois nem ele mesmo entende essa necessidade de transformar o mundo em imagens.

"só me resta citar o terrível dilema de Stechetti: “lo sonno um poeta o sonno um imbecille?” Alternativa, aliás, extensiva ao leitor da poesia..."

Resposta da 4)

Diante da “insolubilidade da coisa”, o autor resolve passar o problema para o leitor. Segundo ele, o poeta não tem a função de resolver enigmas, mas sim de propor enigmas: de fazer o leitor pensar, e não de pensar por ele.

"A verdade é que a minha atroz função não é resolver e sim propor enigmas, fazer o leitor pensar e não pensar por ele. E daí? - Mas o melhor – pondera-me, com a sua voz pausada, o meu Sancho Pança – o melhor é repor os óculos no nariz."

Resposta da 5)

“...o melhor é repor depressa os óculos no nariz” é o conselho dado para o leitor, significando o senso prático do autor aconselhando-o a retomar o trabalho e deixar de lado as questões insolúveis como a função do poeta e da literatura que lhe ocorrem à mente.

E então passa o enigma ao próprio leitor.

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